Éramos nós dois, uma vez.
Por D.Freitas
Éramos o tipo de casal que poderia ser daqueles protagonistas de novela adolescente. Crescemos juntos desde a escola e desde então fomos modelo. Não sei explicar, mas sempre funcionamos bem. Coincidentemente tínhamos nossos filmes favoritos iguais, sonhos iguais e gostos musicais completamente diferentes, contudo, até isso dava certo.
Nos dias altos ela enchia nossa casa de pop e samba. Tamborilávamos os pratos, garfos e o microondas apitava como um mestre de bateria. Dançávamos Anitta com nossos gatos, cantávamos com o cabo da vassoura e nos beijávamos toda vez que acabávamos nos esbarrando.
Todos têm dias ruins. Nós também tínhamos, e essa melancolia normalmente era regida por meu gosto adverso que ia de Lo-fi ao Jazz, passeava pelo blues e vez ou outra chegava ao sertanejo. Nessa variação acabávamos em risada na maioria das vezes, quando não, dormíamos e tínhamos o dia seguinte para recuperarmos um ao outro, conquistarmos um ao outro e perdoarmos um ao outro.
Sempre fomos uma dupla. Melhores amigos além de um casal. Algo visível a todos. Admirado por todos. Ótimo de se viver.
Éramos assim.
Quando foi que passamos a discutir em público?
Nos siga no BlueSky AQUI.
Entre no nosso grupo de WhatsApp AQUI.
Entre no nosso grupo do Telegram AQUI.
Ajude a fortalecer nosso jornalismo independente contribuindo com a campanha 'Sou Daki e Apoio' de financiamento coletivo do Jornal Daki. Clique AQUI e contribua.
Davi Freitas (D.Freitas) nasceu em São Gonçalo, cria da cultura gonçalense, desde sempre conviveu com músicos, poetas e escritores. autodidata, aprendeu violão e bateria sozinho e junto com o irmão Lucas Freitas fez algumas apresentações até ter, por motivos profissionais, que mudar de estado. Como escritor, participou, pela Editora Apologia Brasil da Antologia em Tempos Pandêmicos e inicia agora sua trajetória no mundo das crônicas e contos.