'É bandido, mas é ser humano', desabafa mãe que passou noite vigiando corpo do filho morto
Polícia só apareceu para fazer os procedimentos perícia no dia seguinte. Caso ocorreu em Itaboraí
Por Cláudio Figeueiras
Um jovem de 17 anos, o mais novo de quatro irmãos, foi assassinado a tiros, próximo a uma boca de fumo, em Itambi, Itaboraí. Poderia ser mais um dos milhares de casos de violência em periferias do Brasil se não fosse um detalhe: Glaucileia Aparecida Silva (42), mãe do garoto executado às vésperas de se tornar adulto.
"Desde ontem esperando a polícia vir tirar o corpo dele daqui. Passei a noite espantando cachorro, porco, vigiando o corpo do meu filho. É bandido, mas é ser humano. Eu tenho que enterrar meu filho, porque nenhuma mãe cria filho para morrer assim", desabafou Glaucileia, com gritos de dor, desespero e humilhação registrados em O São Gonçalo nesta segunda (13.mar.23).
A reação da dona de casa Glaucileia, dona de casa devido a demora da polícia em realizar os procedimentos para liberar a remoção do corpo para o Instituto Médico Legal (IML), de Tribobó, em São Gonçalo.
Só na manhã desta segunda policias da 35º BPM foram ao local com auxílio de um "caveirão". Logo em seguida agentes da Divisão de Homicídios de Niterói, Itaboraí e São Gonçalo realizaram perícia criminal na cena do crime. A polícia alegou que por se tratar de uma área conflagrada a perícia não pode ser realizada de madrugada.
"Eles alegam que é área de risco. Mas se fosse um policial aqui eles teriam vindo tirar rápido? Quando eles matam pessoas daqui eles vem a qualquer hora. Meu filho faria aniversário amanhã, e agora será enterrado no dia que era pra completar seus 18 anos", finalizou Glaucileia.
O caso, segundo o OSG ocorreu por volta das 21h do domingo (12) na Rua 62, na região conhecida como Boca do Fundão. O jovem, de acordo com informações iniciais, pode ter sido executado por amigos do tráfico após desentendimentos. Contudo, a Polícia ainda não confirmou tal versão.
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