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Vote em mim



SÃO GONÇALO DE AFETOS


Por Paulinho Freitas


Eu queria muito entender a cabeça do eleitor que vota em Zé da Enxada, Chiquinho do Pastel, Odete da Padaria e tantos outros com nome e apelido ao invés de nome e sobre nome. Eu queria entender o eleitor que vota num cidadão, que só quando é ano de eleição, não pode ver um trator ou uma retro escavadeira que já sobe em cima, pra fazer uma foto apontando pra algum buraco. 


Eu queria entender o eleitor que vota num cidadão que apesar de estar há anos na câmara de Vereadores, não sabe o que é votar num projeto a favor da educação, da saúde, de projetos que vão melhorar a vida do povo, só porque foram apresentados por colegas que não comungam suas ideias e pensamentos, ou ainda naqueles que apesar de provar todos os dias que não valem o prato que comem, investigados e ás vezes até cassados, mas que por uma brecha na justiça estão com suas campanhas na rua. 



A pessoa que joga lixo na rua é a mesma que reclama da enchente que traz esse mesmo lixo acompanhado de insetos e roedores para dentro de seus lares. Assim é na política.


Colocamos no executivo e no legislativo, pessoas que vão fazer tudo ao contrário do que precisamos, legislando e executando em causa própria. Enquanto votarmos no veneno, morreremos sem remédio. 


Essas eleições prometem grandes emoções. Tem candidato que acha que já ganhou, na verdade, se vacilar perde. Tem candidato que não sabe qual é a função de um vereador e fica prometendo lutar contra órgãos estaduais e federais sobre os quais não exercem nenhum poder de fala, que dirá de caneta.



Outros ainda defendem os animais, mas não saem à rua para suas caminhadas de campanha, sem um punhado de correligionários soltando fogos, que tanto prejudicam esses animais e ainda as pessoas com sensibilidade a barulho excessivo.


 Encerro esta narrativa falando sobre os “amigos” que passam anos passando por nós fingindo não nos ver e agora atravessam a rua, na frente dos carros, numa ação quase acrobática, só para nós abraçar e mandar um abraço até para aquele seu tio que já morreu há quinze anos e ele não sabe, promete que se você precisar ele destelha a casa da mãe para te doar as telhas. Depois das lágrimas de saudade e de malhar o governo que ele apoiou nos últimos quatro anos, se despede com a celebre frase:


“Pela mudança, vote em mim!” 


Ah meu São Gonçalo! Protegei os filhos da tua terra! 


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Paulinho Freitas é sambista, compositor e escritor.

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