Volta de imposto pode gerar tração para o embate que importa
Por Helcio Albano
O governo Lula vivia um dilema: reincorporar aos combustíveis os tributos federais cortados de forma eleitoreira e criminosa por Bolsonaro. Ou seguir a sugestão da presidenta do PT, Gleise Hoffmann, pra deixar tudo como estava até o país retomar o controle da Petrobras, pondo fim ao pornográfico PPI em abril, quando a empresa terá um novo conselho de administração indicado pelo Planalto.
Numa decisão politicamente arriscada - mas que pode render 28,6 bilhões aos combalidos cofres da União - Lula bateu o martelo que Cide e Pis/Cofins voltam, embora com alíquotas diferenciadas para gasolina e etanol. Apenas diesel e gás de cozinha ficam com impostos zerados até o final do ano. Menos mal, mas...
O impacto de R$ 0,69 por litro da gasolina já na quarta-feira fará um grande estrago na imagem do governo e despertará o já famoso ódio de grande parcela da classe média. Porém, em certas ocasiões, sempre há uma jogada genial do "Baianinho de Mauá" pra reverter uma sinuca de bico e levar a aposta.
E o jogo, pesadíssimo, inclui reforma fiscal e tributária que será enviada ao Congresso ainda nesse semestre e, como dito acima, a revogação do PPI, que deixou o Brasil de joelhos para o rentismo internacional em áreas ultrassensíveis da economia que regem o grosso da inflação.
Pra vencer essas duas frentes será necessário muito apoio e pressão popular contra os interesses da elite lesa-pátria brasileira e os motivos que levaram ao golpe em 2016.
E a decisão de hoje e suas consequências podem servir de tração nessa batalha.
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Helcio Albano é jornalista e editor-chefe do Jornal Daki.