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Violência Escolar – Quem é quem nesse fenômeno

Por Edir Tereza dos Reis


Foto: Fernando Frazão/Agência Brasil
Foto: Fernando Frazão/Agência Brasil

Carpe Dien (aproveite o dia) todos os eleitores Daki. Aproveitemos também para analisarmos o fenômeno da violência escolar em casos extremos, que fogem ao “controle”. Daki, da educação, consideramos fenômeno na etimologia associado ao grego phainomenon, contemplando uma coisa ou fato pensado pelo indivíduo que se reflete na realidade como uma experiência que foge do comum.


Exemplificamos com o fenômeno de violência escolar que explodiu na mídia sobre o atentado de um adolescente de 13 anos que culminou na morte da professora Elisabete Tenreiro (presente!) em São Paulo. Para fatos como este, que não podemos banalizar e que cada vez mais, são manchetes, surgem as diferentes explicações e os possíveis culpados no julgamento popular:


-A escola culpabiliza a família que não tem o controle sobre a criança/adolescente e perscruta todos os fatores que possam ter incitado a ação.


-A família, alega que a criança/adolescente em casa jamais demonstrou comportamento inapropriado, que é um indivíduo quieto e passa muito tempo no computador (o novo babá eletrônico de crianças e adolescentes) ou que apresentava problemas, mas não foi tratado.



-A sociedade culpabiliza a escola que é conteudista, não implementa conhecimentos voltados para a formação humana e não “cuida” dos alunos.


E por fim, a rede de proteção promove campanhas voltadas para a família e a escola e promulgam leis que tornam obrigatório o trabalho pedagógico sobre o tema, como se conteúdos conceituais pudessem sanar os inúmeros distúrbios psicológicos que podem impulsionar ações violentas.


No contexto das ações preventivas contra a violência escolar o papel dos pedagogos escolares – orientador pedagógico e educacional, é essencial nas mediações dos conflitos verbais e físicos através de aconselhamentos e encaminhamentos que, infelizmente, na maioria das vezes não são atendidos pela rede pública e as problemáticas não resolvidas se intensificam nos alunos e eclodem na sociedade.


No caso deste adolescente de 13 anos, consideramos todos os envolvidos vítimas do sistema brasileiro de educação que precariza a educação pública e muitas escolas não contam com orientadores e os demais recursos humanos imprescindíveis, além da rede de assistência à criança/adolescente.


A falha das políticas públicas efetivas na garantia da rede de proteção infantil torna professores e alunos vulneráveis. As instâncias de poder diante do fenômeno não distinguem quem é quem, romantizando discursos demoniza o autor e diviniza vítimas, numa forma de desculpa à sociedade por não oferecer educação de qualidade e não valorizar profissionais que atuam na prevenção e não nos resultados da violência escolar.


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Edir Tereza dos Reis é Orientadora Pedagógica (PMDC), Supervisora Educacional (PMSG), Psicopedagoga, especialista em Neurociências, membra do Coletivo ELA – Educação Liberdade para Aprender e colaboradora da Coluna "Daki da Educação", publicada às sextas.



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