Viajar, ler e descansar
Por Rofa Araújo
Parar um pouco com a rotina diária, descansar e usufruir de momentos diferentes, com hobbies e relaxar um pouco é algo fundamental para vida de qualquer um. Felizes dos que podem assim realizar!
Ao viajar pela Região dos Lagos em minhas férias, onde sempre gosto de ir, relaxar a mente e o corpo, sempre observo tudo ao meu redor, como cronista atento e voraz.
Como é poder vislumbrar certas atitudes das pessoas e perceber que nem tudo está perdido nesse mundo e país. Uma garota, ainda nova, adolescente, estava feliz lendo um livro em plena praia. Imagine só: com aquele sol todo, dedicando seu tempo com a leitura e ganhando conhecimento, aumento o gás das palavras no idioma nativo português e, acima de tudo, contemplando as letras de um grosso livro num local paradisíaco. Lindo de ver tudo isso!
Depois, na viagem de volta, outra garota lendo para “passar o tempo”, um livro não muito pequeno que não consegui saber o título, e com todo interesse do mundo. Ao contrário de outros que estavam ouvindo música ou olhando as paisagens de locais tão lindos.
Às vezes pensamos no porquê devemos ler. Simples, pelo prazer e por todos os benefícios que essa opção traz. Escolher a leitura no dia a dia e em momentos de um tempinho extra como num “tempo perdido” de algumas horas de viagem que não se tem muito o que fazer para chegar ao seu destino.
“A leitura é uma fonte inesgotável de prazer, mas, por incrível que pareça, a quase totalidade não sente esta sede.”, disse com propriedade o poeta Carlos Drummond de Andrade. E não é uma grande verdade? Crianças de ontem se deliciavam em ganhar um livro, ficavam deslumbrados com figurinhas e aprendia a ler cada vez mais pelo amor pela leitura. E hoje em dia? Games e tudo que precisa da criatividade, do pensamento, mas vem tudo pronto e ainda pode ser violento e causar dependência pela tecnologia.
O saudoso escritor José Saramago disse que “A leitura é, provavelmente, uma outra maneira de estar em um lugar”. E como é interessante quando lemos e imaginamos um local que é descrito na obra literária. Isso me lembra quando li “O código de Vinci”, de Dan Brown, descrendo Londres e Paris com detalhes tão incríveis que parecia que estávamos visitando essas cidades, mesmo continuando aqui no Brasil.
Esse é o poder de ler e quem quer se deixar envolver com esse poderoso meio de comunicação mesmo sem sair do lugar, não sabe o quanto não tem nada a perder.
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Rofa Araujo é jornalista, escritor (cronista, contista e poeta), mestre em Estudos Literários (UERJ), professor, palestrante, filósofo e teólogo.
