Valdir Domingues: O Alquimista que transforma palavras em poesias, por Oswaldo Mendes

O amigo Valdir inicia o contato alertando que teria muitas histórias para contar e que seus oitenta e quatro anos foram repletos de alegrias, amizades, poesias, batuques e felicidades. Uma vida inteira em forma de música.
Homem temente a Deus, respeitoso aos amigos, Valdir Leopoldo Domingues, nascido em Florianópolis, Santa Catarina, veio para o Rio de Janeiro logo aos dezessete anos, isto em 1954. Amante da música, inclusive afirma que a música o alimenta: “Quando ouço músicas, sambas de raiz, sambas sincopados, samba rasgado, samba lamento eu perco a fome e só quero escutar a música. Acho que a música me alimenta. Sou amante do samba raiz. Essa é a pura verdade”.
O pai do Valdir era pandeirista do chamado “Boi de Mamão” que no norte é o “Boi Bumba”, mas no sul do país era assim denominado. Cresceu vendo e escutando seu pai tocar e cantar as toadas do “Boi de Mamão”.
Cita que tem algumas músicas gravadas, inclusive algumas com o competente Compositor da Viradouro Maninho da Cuíca, que o considera como seu grande amigo particular, dentre outros.
Aposentado pelo Jornal ”O Globo” como Contato Publicitário, onde trabalhou por dezoito anos. Integrante da Ala de Compositores desde 1991, sendo apresentado à ala pelo Maninho da Cuíca, participando todos os anos e de todas as atividades da agremiação relacionadas à ala e também de outros segmentos.
Juntamente com Maninho da Cuíca ganharam o primeiro festival de samba de Alcântara, com o samba “Veia do Mal”. Outras vitórias vieram, inclusive a do samba de quadra na Mocidade Independente do Bairro Almerinda com o samba denominado “Oração de Sambista”. Muitas vitórias. Muitas poesias, mas não houve o retorno financeiro, mas também faz parte, pois alegrou muitos corações deprimidos.
Junto com seu fiel e inseparável parceiro, Maninho da Cuíca, foram campeões no GRES Unidos do Sacramento e, diversas vezes, vice-campeões em Vilage do Samba, em Nova Friburgo, na cidade de Bom Jardim – com a temática ”Índio Curumim”, e também em vários blocos carnavalescos.
Sozinho veio para o Rio de Janeiro e encontrou muitas dificuldades. Tinha que trabalhar para se manter, mas a música já estava dentro de si. Seu pai tinha plantado essa semente no seu coração. Morou também em São Paulo e Curitiba. Foi desenvolver o samba realmente no Rio de Janeiro.
Já com dezesseis para dezessete anos cantava em duas Boates em Curitiba: Boate Cabis e Boate Dakar, onde se apresentava cantando sambas na noite.
Iniciou seus primeiros passos no Mundo do Samba na quadra de terra do GRES Império Serrano, na Serrinha. Quem o levou para a quadra na Serrinha foi o Edivaldo que Valdir conheceu em Copacabana. Se apresentou na mesma, mas não fez parte da agremiação.
No programa de calouros de Ari Barroso tirou nota quatro, após o Ari tê-lo chamado de “Barriga Verde”, o que deixou muito nervoso; com o dinheiro que ganhou comprou roupas.
Já se diz um pouco cansado, mas não desmotivado. Possui em torno de oitenta a cem sambas e entre dez a doze músicas gravadas. Maninho da Cuíca, Geraldo Sudário e Luiz Carlos da Viradouro no Cinco de Julho com PC Portugal e outras grandes serestas e seresteiros. Acesse o canal no YouTube: https://www.youtube.com/channel/UCXovnLdrMusEthyBpYHO99Q
Amante de Seresta, cita a Maria Antônia e o Projeto do Asilo Cristo Redentor; a seresta do saudoso Assuéres Barbosa na Rua Salvatori, denominada “Momento Musical Salvatori”;
Com o partido alto denominado “Isidoro” foi o segundo lugar no concurso que aconteceu internamente na Ala de Compositores da Viradouro, e onde o campeão foi seu grande amigo o Maninho da Cuíca. Valdir cita que buscará gravar o partido alto vice-campeão.
Lembra-se, emocionado, daquele que chama de sobrinho, o qual deságua de elogios, ao cantor Tiê, filho de Maninho da Cuíca.
Partícipe do maravilhoso projeto “Porto do Samba”, junto com Maninho e Sudário, onde tem em torno de cinco músicas gravadas.
Amante da Viradouro, da vida, das cidades de São Gonçalo, Niterói e Rio de Janeiro, se encontra a descansar, escrever, cantar e projetar novas músicas para o período pós-pandemia.
Viva Valdir Domingues!
A Valdir Domingues, um salve a vida!

Oswaldo Mendes é engenheiro.


