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Foto do escritorJornal Daki

Uma consciência negra e de todas as cores

Por Rofa Araújo 




O Dia da Consciência Negra é realizado no dia 20 de novembro. Uma data para relembrar as lutas dos movimentos negros pelo fim da escravidão. 


Esse dia era feriado em alguns estados brasileiros, como Rio de Janeiro e Alagoas e, agora, feriado nacional a partir de 2024. 


Um momento de reflexão sobre a cultura negra no Brasil, e de discussão sobre o racismo e a desigualdade social. Também uma forma de perceber a importância de se engajar na luta pela equidade racial. 


Algo interessante a motivação da criação dessa data, porém é algo fundamental que cada um seja respeitado pela cor da pele, raça, religião e gênero. É inadmissível em pleno século XXI ainda ocorrer discriminação racial ou qualquer outra, porém, infelizmente ainda acontece e situações para lá de surreais que parecem vindas de tempos bem piores e até da escravidão.


Ter uma data que destaque a consciência negra é um conceito que valoriza a diversidade e a cultura afro-brasileira e que pode ser uma forma de consideração e respeito de outros núcleos de pele: um orgulho da cor da pele negra e um conceito que surgiu dos movimentos sociais que lutam contra o racismo e pela igualdade racial. A teoria é perfeita, mas é preciso que, na prática, tudo seja levada em consideração e não fique no lado teórico.


É mais que necessário essa consciência seja a respeito dos negros, bem como de todas as cores porque não é a cor da pele que deve definir uma pessoa, mas quem ela é, seus talentos, sua formação etc.


Numa entrevista de emprego, por exemplo, o que deve se levado em conta é o currículo do candidato e não a sua aparência, cor da pele, sua religião, seu gênero, sua opção sexual. Porque o que se via anos atrás era justamente isso: o preconceito bem nítido e nada velado. O tempo passou e a situação pode ter até melhorado, mas ainda não “chegamos lá”, como diria alguns. Vamos avançando para que tudo seja mais encaixado e menos discriminatório e com processos com mais lisura e cada vez mais direcionado ao indivíduo e não a fatores que não são, necessariamente, mais importantes que aptidões pessoais que devem mover em direção à resolução de problemas e momentos mais alegres e menos tensos e preconceituosos.


A valorização do ser humano pelas suas qualidades é muito mais importante do que fazer tudo em prol da priorização de motivos raciais, gênero, dentre outros. Não dá para imaginar alguém ser prejudicado em alguma ocasião que não seja a situação real em que passa, por motivos alheios às regras ali presentes.


Se a consciência negra passa pela ancestralidade da formação do povo brasileiro, quando a Monarquia trouxe escravos da África para que “trabalhassem” no país, sem receber e somente comendo para não morrem de fome e ainda sendo castigados caso discordassem de algo.


Está mais do que no tempo de vermos uma sociedade, tanto brasileira e até mundial, com respeito às raças não somente à negra, mas de todas as cores – brancas, amarelas, pretas – para que cada uma tome o seu lugar por quem é não por essas razões raciais e que vivamos cada vez mais juntos e com respeito ao nosso próximo.


E viva a nossa consciência negra de todas as cores!


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Rofa Araujo é jornalista, escritor (cronista, contista e poeta), mestre em Estudos Literários (UERJ), professor, palestrante, filósofo e teólogo.



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