'Um papo entre bolsonaristas', disse agente da PF sobre resenha do colega com Jefferson
Vídeo flagrou agente destacado para negociar rendição em tom amistoso com Jefferson, que horas antes tentou matar dois policiais
Por Cláudio Figueiras
Muita gente ficou surpresa com o tratamento amistoso que um policial federal dispensou ao presidente do PTB, Roberto Jefferson, neste domingo (23) após atentado a tiros de fuzil e de granadas contra dois colegas que cumpriam ordem judicial de prisão do político em sua casa, na cidade fluminense de Levy Gasparian.
O agente de operações táticas da PF, identificado como Vinícius Segundo, que foi destacado para negociar a rendição de Jefferson, alegou ter "vestido um personagem" para "desacelerar" uma situação tensa.
O ex-deputado disparou mais de 20 tiros contra os policiais e a viatura, que ficou cravada de balas. Num vídeo gravado na casa de Jefferson, Segundo interage rindo com o ex-deputado.
Os policiais foram atingidos por estilhaços de granada. Um deles foi alvejado com um tiro de raspão na cabeça. Os agentes não correm risco de morte e já foram liberados do hospital.
Em grupos de WhatsApp de integrantes da PF, muitos deles reprovaram a atitude do colega. Um deles disse que a conversa captada no vídeo nada mais era que um "papo entre bolsonaristas", após a negociação já ter se encerrado.
Além do tratamento incomum de um policial com um criminoso preso em flagrante após tentar matar os colegas - chegando a dizer para o criminoso que "o que o sr. precisar a gente faz" -, Segundo também deu a entender que os agentes eram despreparados para fazer a ação por serem da área de 'inteligência" e da burocracia, e "não operacionais".
Veja o vídeo:
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