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Foto do escritorJornal Daki

Transplante: hospitais estaduais batem recorde de captação de órgãos

Com 51 órgãos captados a equipe do Hospital Estadual Alberto Torres conseguiu beneficiar cerca de 200 pacientes que aguardavam na fila do transplante


Foto: Divulgação
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As equipes das Comissões Intra-Hospitalar de Doação de Órgãos e Tecidos para Transplantes (CIHDOTT) dos Hospitais Estaduais Alberto Torres (Heat), em São Gonçalo, Adão Pereira Nunes, em Duque de Caxias, e Roberto Chabo, em Araruama, juntas, bateram recorde de órgãos, tecidos e ossos captados e enviados à Central Estadual de Transplantes nos últimos onze meses. Foram mais de 373 órgãos captados, entre eles 15 corações, beneficiando mais de 600 pessoas.

Segundo lugar no ranking nacional de captação de órgãos em 2020, o Hospital Adão Pereira Nunes, mais conhecido como Hospital de Saracuruna, registrou 100 protocolos de morte encefálica este ano. Com a intervenção da equipe do CIHDOTT, 45 captações de órgãos efetivos foram realizadas.

- Dentre essas captações, obtivemos 10 corações (recorde histórico), um pulmão, três pâncreas, 37 fígados, 70 rins, 77 córneas, uma captação de ossos e uma de pele. Isso tem como resultado o salvamento de aproximadamente 125 vidas através do transplante de órgãos sólidos e a melhoria na qualidade de vida de cerca de 300 pessoas através do transplante de tecidos - enumera o coordenador do CIHDOTT do Adão Pereira Nunes, enfermeiro Gilberto Malvar.



A taxa de autorização familiar para doação de órgãos no Hospital de Saracuruna está em 75%, considerada uma taxa de efetividade bastante expressiva. Porém, nem todos os casos autorizados seguem para doação devido as contraindicações que surgem durante o processo. Mas, a unidade é recordista em captação.

- Este ano ficamos em primeiro lugar na premiação do Programa Estadual de Transplantes do Rio de Janeiro - comemora Gilberto.

Localizado no município de Araruama, na Região dos Lagos, o Hospital Roberto Chabo também vem salvando vidas ao longo deste ano. Foram mais de 24 órgãos captados, além de tecidos e ossos, beneficiando mais de 150 pessoas. Um dos últimos processos de captação ocorreu em meados de novembro, após a família de um jovem de 20 anos, vítima de acidente de moto, autorizar a doação.

- O corpo do paciente, que entrou em morte encefálica dias após sua entrada na unidade, deixou o Centro de Tratamento Intensivo sob aplausos de médicos, enfermeiros, pessoal de apoio e administrativos. Foi um ato de agradecimento. A família foi acolhida por nossa equipe pela generosidade da doação dos órgãos do ente querido, que transformou a vida de outras pessoas - disse a enfermeira Michele Guedes.



E com 51 órgãos captados e muitos pousos e decolagens de helicópteros da Central Estadual de Transplantes e do Corpo de Bombeiros em seu heliponto, a equipe do Hospital Estadual Alberto Torres, em São Gonçalo, conseguiu beneficiar cerca de 200 pacientes que aguardavam na fila do transplante.

Uma verdadeira força-tarefa é montada no hospital nos dias de captação. Quando um potencial doador é identificado e a equipe médica visualiza a doação de órgãos cuja captação e transporte tem que ser feito em até quatro horas, como o coração, a equipe do CIHDOTT aciona a Central Estadual de Transplantes, que envia helicóptero e até batedores da Polícia Militar para que o paciente que está do outro lado receba o transplante no tempo certo.

Os Hospitais Estaduais Adão Pereira Nunes, Roberto Chabo e Alberto Torres, administrados pelo Instituto de Desenvolvimento, Ensino e Assistência à Saúde (Ideas) em parceria com a Secretaria Estadual de Saúde (SES), estão entre as primeiras unidades do Estado do Rio de Janeiro em captação de órgãos. Os hospitais são unidades de urgência e emergência, especializadas no socorro a pacientes com múltiplos traumas.




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