Trabalhadores: vencer o vírus, derrotar Bolsonaro!
O primeiro de maio é uma data histórica para luta dos trabalhadores de todo o mundo. Sua origem remonta ao ano de 1886, quando trabalhadores em Chicago (EUA) ousaram contestar uma jornada de trabalho de 17 horas para sonhar com um mundo no qual pudessem trabalhar no máximo 8 horas por dia. De lá para cá, essa data se consolidou como dia internacional das lutas dos trabalhadores, que se reúnem anualmente nas ruas para celebrar importantes conquistas como a redução da jornada de trabalho, o salário mínimo, o seguro desemprego, férias, aposentadoria e demais direitos. Contudo, é também uma data de protesto contra a retirada de direitos por de condições dignas de vida.
Com o aprofundar da agenda neoliberal, valiosos direitos trabalhistas e sociais vêm sendo retirados. A reforma da previdência e trabalhista, bem como a tentativa de cortes de verbas da saúde e educação são os maiores exemplos do que estamos falando. Fruto desta política, o desemprego no Brasil superou o número de 13 milhões de desempregados. A informalidade e a precarização das relações de trabalho são uma triste realidade. Em São Gonçalo, com o fechamento do COMPERJ e dos estaleiros da região, esta realidade se complicada ainda mais.
A pandemia do novo coronavírus é mais um triste episódio. O vírus tem potencial para colapsar nosso sistema de saúde e deve antecipar a próxima grande crise econômica, trazendo novos desafios aos trabalhadores. Os impactos da pandemia refletem não só as características do vírus, mas, principalmente, a estrutura econômica de nosso país que subjuga as necessidades básicas de seus trabalhadores, como a saúde pública, aos interesses dos grandes empresários e banqueiros. Na nossa cidade, o péssimo sistema de saúde que sempre foi tratado com descaso tende a colapsar rapidamente.
O importante Auxílio Emergencial, aprovado no Congresso Nacional, não é suficiente para garantir dignidade de muitas famílias. Além disso, muitas pessoas ainda não conseguiram receber, seja por entraves burocráticos ou por ineficiência no sistema de pagamento. Não fosse a ampla rede de solidariedade que vem se estabelecendo a partir da organização dos próprios trabalhadores, seria muito maior o número de famílias sem acesso a alimentação necessária.
Mesmo nesse momento de crise sanitária, agindo na contramão de nossas necessidades imediatas, o governo Bolsonaro-Mourão avançou sobre os trabalhadores tentando implantar a carteira verde-amarela, com o objetivo de possibilitar a contratações com ainda menos direitos, criando um novo nível de precarização focado na parcela dos trabalhadores mais jovens. Outro alerta para o momento é a MP 936, que institui o “Programa Emergencial de Manutenção do Emprego e da Renda”, aprofunda a flexibilização dos contratos de trabalho e dos direitos trabalhistas, com redução de salários e benefícios. Para os patrões, os encargos são reduzidos, como a isenção da contribuição previdenciária em 20%.
No plano imediato precisamos cobrar do governo medidas que garantam a sobrevivência com dignidade a todos durante a pandemia, enquanto reforçamos nossa solidariedade de classe. Precisamos ainda, estar atentos e resistir ao aprofundamento dos ataques aos direitos trabalhistas e defender nosso Sistema Único de Saúde e Universidades Públicas. Nesse primeiro de maio ficaremos em casa, mas seguiremos organizando a contraofensiva da classe trabalhadora. É hora de intensificar as denúncias nas redes sociais, participar dos panelaços de oposição ao governo federal e gritar bem alto: FORA BOLSONARO!
Texto em alusão ao Dia do Trabalhador subscrito pelas entidades que compõem o Fórum São Gonçalo de Desenvolvimento Sustentável e Resistência Democrática.