Todo extremista de direita é um Wanderley em potencial
Por Helcio Albano
Começar pode onde? São muitas camadas. Vou tentar resumir tudo aqui. Vamos lá!
Ontem (13), Francisco Wanderley Luiz, politicamente radicalizado pela direita, morreu na frente do STF, na Praça dos Três Poderes em Brasília.
Armado com explosivos até os dentes, o homem chegou a detonar duas bombas em frente ao Supremo. Até ele mesmo cair, de costas, por cima do paletó verde emulando o do Coringa, e ser vítima de uma terceira explosão que o matou.
Antes da autoimolação, Wanderley explodira o seu próprio carro no estacionamento da Câmara, levando pânico e, principalmente, revivendo os fantasmas dos atentados golpistas que deram no 8 de janeiro de 2023.
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Wanderley é o bolsonarista clássico: enrolado em vários processos judiciais, como desobediência, furto qualificado, crimes eleitorais, crimes contra o meio ambiente e execuções fiscais. E, pra completar, com uma vida familiar arruinada. O que, para alguns mais próximos, foi o estopim pro seu ato extremo.
Todas essas motivações reunidas transformam Wanderley no primeiro terrorista doméstico e suicida de inspiração bolsonarista do Brasil. Que pode muito bem ser conhecido daqui pra frente como o "bolsobomber" de Rio Sul (SC), sua cidade de origem, onde chegou a ser candidato a vereador pelo PL em 2020 como "Tiu França".
Existem muitos Wanderleys por aí porque o bolsonarismo ainda é uma doença presente entre nós. Ela continua nos dividindo pelo ódio, pela mentira, pelas frustrações e ressentimentos. Isso matou o Wanderley e continua matando.
Hora de atacar de frente a doença:
Bolsonaro preso já!
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O "bolsobomber" conhecia bem o Congresso Nacional. Em várias ocasiões visitou as sedes dos Três Poderes, devidamente registrado em suas redes sociais.
O deputado Jorge Goetten (Republicanos-SC) era seu anfitrião quando Wanderley ia a Brasília:
"Era pacato", disse o deputado ao Congresso em Foco.
Bônus
Na hora das explosões, ocorriam dois eventos históricos na Câmara: a coletiva triunfal de Erika Hilton sobre a PEC que põe fim a escala 6x1 e as discussões e posterior votação da PEC da isenção tributária e fiscal total das igrejas.
Em meio à tensão, Lira mandou encerrar o expediente até o dia seguinte, sob protestos raivosos do deputado da Bíblia Sóstenes Cavalcante, primo do Malafaia, guru do Bolsonaro.
Bônus Track
Wanderley odiava o 13. Por isso escolheu o dia 13 para os atentados.
Carregará em sua lápide o 13 para a eternidade.
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Helcio Albano é jornalista e editor-chefe do Jornal Daki.