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Foto do escritorJornal Daki

Texto básico sobre a censura, por Rafael Abreu


Quem já foi censurado alguma vez na vida, sabe que a censura é uma grande violência.


Ela violenta o seu direito de pensar, de se manifestar e de se expressar livremente.


Chico Buarque de Holanda que o diga, o cantor e compositor, que é um dos grandes expoentes da nossa MPB, teve diversas obras censuradas pela ditadura militar.


Ele chegou a criar pseudônimos para tentar burlar a censura.


A situação de Chico havia chegado a tal ponto, que os censores nem se davam ao trabalho de avaliar as suas composições. 


Bastava que a autoria fosse dele para uma canção ser proibida.


Os censores utilizavam critérios morais e políticos, para censurar uma obra de arte, um espetáculo, uma simples canção ou poesia e até mesmo os telejornais do país.


Os militares regulavam tudo que se passava, assistia ou comentava.


E todos aqueles que eram taxados de subversivos e opositores ao regime militar, sempre recebiam uma atenção especial e iam parar no DOI-Codi (Órgão especialmente criado para torturar e matar civis inocentes, covardemente, só por se oporem a ditadura)  o Rio de Janeiro chegou a ter nove pontos de tortura na ditadura militar.



Quem comandava o DOI-Codi era o coronel Carlos Alberto Brilhante Ustra. Torturador homenageado e adorado por Bolsonaro, que inclusive o citou, antes de declarar o seu voto a favor do golpe que destruiu o Brasil e arrasou a nossa economia, por destituir do poder, uma presidente honesta, legitimamente eleita pela maioria do povo brasileiro.


Aquilo foi  pavoroso, repugnante e cruel.


Pois o Ustra, foi o torturador da então presidente Dilma Rousseff.


Bolsonaro inclusive, durante uma entrevista que concedeu ao canal aberto, em rede nacional, disse que se fosse presidente fecharia o congresso, mataria uns 30 mil, começando pelo ex-presidente Fernando Henrique Cardoso.


Me espanta que em uma Democracia, ele não tenha sido preso por isso.


Surfando na crista da onda do governo fascista de Jair Bolsonaro, vem o Governador Wilson Witzel e o prefeito do Rio Marcelo Crivella, prefeito esse que na última bienal do livro tentou censurar uma HQ (História em Quadrinhos) dos Vingadores da Marvel.


Segundo Crivella o quadrinho era impróprio para menores, por apresentar dois personagens masculinos se beijando, isso para o pastor e então prefeito da igreja Universal, foi uma afronta aos valores morais. Ele então resolveu censurar o beijo gay de um quadrinho, no intuito de proteger as nossas crianças.


Olha que absurdo! 


A que ponto nós chegamos...


As nossas crianças deixam de estudar por falta de segurança.


Dormem e acordam com os barulhos de tiros, brincam com o esgoto a céu aberto, não tem acesso a uma Saúde de qualidade, a Educação Pública não é digna e por pura sabotagem do sistema, forma uma mão de obra alienada, sem  acesso a Cultura, mas com religião e valores "morais".


Esse cara não sabe nem distinguir a diferença de moral e ética, mas resolveu censurar um beijo gay em uma HQ, com a pachorra de que estaria supostamente defendendo as nossas crianças de se tornarem gays.


Francamente prefeito... o senhor merece tomar um "pedala" pra vê se acorda pra vida e pra realidade.


Não existe cura, para aquilo que não é doença!


Você acha mesmo que alguém escolhe ser gay por modismo, em uma sociedade altamente preconceituosa e segregadora como a nossa?


As pessoas nascem e crescem cada um com a sua individualidade, por isso somos categorizados como indivíduos e merecemos ser respeitados com todas as nossas diferenças.


Para os retrógados e conservadores, o diferente é ofensivo e gera repulsa.


Para nós, progressistas, devemos respeitar a individualidade de cada um.


Eu posso discordar de você, mas eu vou continuar lutando pela sua liberdade de expressão e pelo seu direito de ir e vir.


É proibido proibir!


Abaixo a censura e todo o resquício de ditadura.


Que toda forma de amor possa ser expressada livremente.


Não podemos nos calar mediante a tanta opressão, pois quando resolvermos lutar, já será tarde demais.


Eu sou Rafael Abreu, colunista do Daki.

Rafael Abreu faz análises de conjuntura política nacional às quartas no Jornal Daki.

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