São Gonçalo, rogai por nós, gonçalenses!
Por Graciane Volotão
Viramos mais um ano. E todo fim de ano, costumamos avaliar o que passou e fazer projetos para o ano que inicia. Isso não é regra, mas é comum.
Sentimos um cansaço maior neste período, ficamos com mais ansiedade, contando os dias e horas para a virada. Como se pudéssemos virar a chave e ao abrir a nova porta ter todos os nossos desejos realizados.
Porém, é impossível virar a chave na cidade chamada São Gonçalo neste cenário que estamos presenciando. Já não bastavam o superfaturamento da fórmula infantil que nem é recomendada para crianças, temos um corredor para ônibus que não vai resolver o problema de mobilidade urbana, ainda as denúncias da lei Paulo Gustavo que deveria ser um fôlego para os fazedores de cultura e tem sido uma novela muito mal escrita pela secretaria de cultura e a prefeitura.
Em 2023 as chuvas deixaram pessoas desabrigadas e casas foram condenadas pela defesa civil. A mesma, que está em um prédio insalubre com servidores correndo risco de vida.
Há inúmeras famílias desesperadas com medo das chuvas que certamente virão em 2024.
Moradia digna para essas pessoas, que são em maioria mulheres e crianças é urgente. Não podemos esperar uma tragédia.
Na educação, apesar das férias, não há nenhum movimento nas escolas para instalação de ares-condicionados, ventiladores ou mais bebedouros. Tomara que haja água potável este ano em todas as unidades para que não se repitam as infecções do ano passado. Na saúde, só tivemos notícias ruins e até mortes na UTI, ao fim do ano passado, com suspeita de falta de luz. A quem diga que havia bateria nas máquinas, mas há quem duvide, já que não tinha nem gerador. As árvores ficaram iluminadas nas praças. Luz só onde é prioridade.
Moradores de vários bairros, tiveram muito trabalho com essa questão de falta de luz, não faltaram protestos na cidade.
Os profissionais da educação continuam esperando um milagre para revogar o plano de carreira, uma maldade com a categoria que foi mais acirrada quando também afetou os demais servidores da prefeitura com o novo estatuto.
O Santo São Gonçalo morreu no dia 10 de janeiro e por isso a liturgia da igreja católica relembra todo ano. É o padroeiro do município. Após a morte de São Gonçalo, ele passou a ser considerado protetor dos violeiros, remédio contra as enchentes, além de casamenteiro, sendo referência de proteção em momentos de perigo e auxílio em situações desesperadoras.
A situação da cidade de São Gonçalo pode ser considerada desesperadora e até o momento o que parece é que só nos resta clamar à santidade. São Gonçalo, rogai por nós, gonçalenses.
Viva, São Gonçalo!
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Graciane Volotão é Pedagoga, professora supervisora educacional, servidora pública e doutoranda em educação na UFF e membra do Coletivo ELA – Educação Liberdade para Aprender e colaboradora da Coluna “Daki da Educação”, publicada às sextas.