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Foto do escritorJornal Daki

São Gonçalo e seus ícones: Helter Barcellos

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São Gonçalo e seus ícones

Helter Barcellos


Por Erick Bernardes

Foto: Arquivo
Foto: Arquivo

Hoje falamos de um ÍCONE, com letras garrafais mesmo, um daqueles nomes que não podem faltar à nossa série sobre figuras marcantes de São Gonçalo. Exato, eu mesmo pude constatar, pessoa suave na fala, orador excepcional, além de ter dedicado a sua vida inteira a tudo que concerne à arte e à cultura. Desta vez, registramos um pouco da história de Helter Jerônymo Luiz Barcellos, indiscutivelmente, uma memória viva da nossa história cultural. No entanto, atentamos menos para o currículo (pois tomaria páginas enormes do jornal) e mais para o lado dedicado ao fomento da arte deste protagonista de hoje.


Recordo bem de uma das palestras reveladoras do professor Helter. Fala lúcida e didática, narrativa incomum, um mestre na concepção clássica do termo. Naquela noite, o ícone educador e empresário começou assim:


— Bem, meus queridos, este que fala a vocês é um mineiro que adotou a cidade de São Gonçalo aos 5 anos, em 1941. Há algum tempinho, este senhor lançou um livro biográfico sobre a sua mãe, Annita Starling Barcellos, e que veio a falecer muito cedo, aos 48 anos completos, vitimada pela tuberculose.


Viu aí, caro leitor, só mesmo um mestre da oratória para falar de si em terceira pessoa. Isso que se chama se pôr no lugar do outro. Seja na vida e no discurso, a atitude refinada de orador mostra a alma do homem. Pensou no outro, no ouvinte, se colocou em linguagem junto a quem lhe emprestou os ouvidos. Mas, voltemos ao livro acerca da vida da mãe do querido Helter Barcellos e que revela aos leitores de hoje a ligação da figura humana com a própria história familiar. “A ausência de Annita, sim, é relação direta do nome da referida biografia da minha mãe”, reforçou nosso mestre.


Para quem não sabe, Ausência de Annita, de Helter Barcellos, configura um jogo de linguagem com o título de obra similar: Presença de Anita, de Mário Donato, lançado em 1948, um clássico da literatura brasileira transformado em minissérie televisiva por Manuel Carlos.


De acordo com o Jornal O São Gonçalo (2016), nosso personagem afirmou ser o livro a maneira mais criativa do neto Benjamin vir a conhecer as raízes profundas dos seus familiares. “Minha intenção é que o meu neto não perca as raízes familiares. Ele vai ter neste livro a oportunidade de ler sobre os avós, tios e, certamente no futuro, poderá conhecer e falar com seus primos. Enfim, como vai ser criado em Los Angeles, onde vive com os pais, não perderá os laços com seus familiares brasileiros com este livro”, revelou.


Pois bem, sobre a importância do homem público, basta mencionar apenas 3 das dezenas de títulos, cargos e prêmios que o professor Helter Jerônymo Luiz Barcellos obteve: 1) atuou como o primeiro diretor do que é hoje a Faculdade de Formação de Professores, 2) foi sócio-proprietário do Colégio São Gonçalo e 3) recebeu a Medalha Tiradentes da Assembleia Legislativa do Rio de Janeiro.


Atualmente Helter Barcellos preside o Abrigo Cristo Redentor e continua a estimular a arte e a cultura em SG. Gratidão, querido professor, por nos ensinar o que é a modéstia na mais perfeita sincronia entre postura profissional e humana.


Referências:



Erick Bernardes é escritor e professor mestre em Estudos Literários.




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