SVB, o camarada Tio Sam e o Nubank
Por Helcio Albano
O segundo maior banco estadunidense quebrou. "Ora, quebrou porque foi mal gerido. Isso é um problema privado e o Estado não tem nada a ver com isso", diria um liberal que, como qualquer liberal, não tem contato nenhum com a realidade e adora cagar regra. Pros outros, claro. Porque quando o bicho pega, todo mundo é "comunista" e pede socorro a ele: o Estado malvadão. Mínimo, pra nós trabalhadores. E máximo pros donos do dinheiro.
O SVB, um banco focado em startups de do Vale do Silício quebrou. E é óbvio que o governo mais poderoso do planeta optou em salvar o SVB pra não largar as meninas dos olhos do capitalismo contemporâneo no sereno: as empresas de alta tecnologia e inovação do enclave californiano.
Ainda mais agora que o Tio Sam tem um concorrente à altura e além: a China. Que não tá nem aí pra teorias liberalóides e que usa, sem medo de ser feliz, o Estado para impulsionar o seu desenvolvimento econômico e, por sua vez, o bem-estar de sua população. Duvida? Chama o Google - ou o que agora tá na moda: o ChatGPT - e levanta os índices do país asiático. Todos melhoraram.
O Fed e todo o guarda-chuva financeiro dos EUA entraram em ação e garantiram aos depositantes do SVB liquidez pra não gerar um efeito cascata em outra instituições bancárias de lá e... do Brasil! Sim, correu forte a notícia de que o Nubank seria afetado pela falência do SVB, fato que a fintech, ela mesma uma startup financeira, negou.
Pelo sim pelo não, fui hoje ver: minha merrequinha tá lá. Por isso aqui deixo um salve pro comunista Tio Sam. Valeu camarada!
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Helcio Albano é jornalista e editor-chefe do Jornal Daki.
