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Sindicato prepara manifestação contra governo Nelson Ruas

Sindspef e guardas municipais se mobilizam para reverter retirada de gratificação da categoria pela Prefeitura no apagar das luzes de 2021


Por Felipe Rebello

Cmte Machado deve dar um parecer do governo na próxima segunda, 10/Foto: Divulgação
Cmte Machado deve dar um parecer do governo na próxima segunda, 10/Foto: Divulgação

O prefeito Nelson Ruas (PL) revogou no dia 31/12/2021 um decreto de 1988 que garantia gratificação por produtividade aos servidores da Guarda Municipal.


A retirada do benefício, segundo o Executivo, seguiu, entre outros motivos, decisão do Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro (TJRJ), que considerou em 2005 a gratificação inconstitucional por vício de iniciativa, já que o pagamento deveria estar previsto em uma lei, não em decreto.


Segundo Ewerton Luis, presidente do SINDSPEF-SG (Sindicato dos Servidores Públicos Efetivos), ainda no governo José Luiz Nanci (Cidadania) o sindicato já havia sinalizado para a necessidade de se criar um Projeto de Lei para a regulamentação do pagamento das gratificações aos guardas municipais.



O governo Nanci protelou até o fim do mandato e seu sucessor, Nelson Ruas, faz o mesmo, não apresentando nenhuma solução, conforme nos disse Ewerton Luis em entrevista:


“Prefeitura Municipal simplesmente sustou e não apresentou nenhum Projeto de Lei e não dá nenhuma resposta ao SINDSPEF de qual é a solução que eles vão chegar para se garantir o pagamento desse valor aos guardas municipais. A prefeitura é apática à Guarda Municipal, ela não demonstra nenhum tipo de interesse em manter esse valor pago aos servidores da guarda”, disse Ewerton.


O SINDSPEF-SG tem a intenção de mobilizar pessoal e organizar uma ação reivindicatória, mas a maior parte do contingente da Guarda Municipal aguarda parecer do comandante, conforme nos disse o presidente do Sindicato dos Servidores:


“Estamos mobilizando a tropa para a gente conseguir fazer um movimento unificado da guarda municipal para ir buscar direitos, porém a maioria dos agentes está na espera da resposta do comte. dos Santos que, segunda-feira (03/01), informou que irá procurar o prefeito para tentar solucionar essa problemática sem que haja necessidade da manifestação", continuou.



O comandante Antônio Machado dos Santos deu o prazo de até segunda-feira (10/01) para se posicionar perante à tropa acerca das medidas a serem tomadas, havendo possibilidade de uma manifestação unificada.


Enquanto isso o SINDSPEF-SG teria feito um modelo de sugestão para que o Decreto Municipal nº 066/98 seja utilizado como base para o Projeto Lei a ser encaminhado para Câmara Municipal de São Gonçalo, para sua respectiva votação e sanção logo no primeiro dia de plenária, regulamentando o pagamento das gratificações. Paralelo a isso, Ewerton Luis promete que o sindicato irá judicializar a questão:


“O jurídico do SINDSPEF está estudando a matéria para saber o que pode ser feito. Por mais irregular [que fosse] a forma de pagamento que era feito pela Prefeitura Municipal de São Gonçalo, já havia criado a expectativa de receita das pessoas. Isso faz parte do sistema salarial do servidor público da Guarda Municipal, então tem um caráter alimentício, entre outros. A gente entende que isso é a irredutibilidade salarial, e que a prefeitura tem que recompor esse valor", finalizou Ewerton.


Estima-se que as perdas com o fim do pagamento da gratificação aos guardas pode chegar a R$ 6 mil por ano. Há mais de quatro anos os servidores não têm reajuste e nem reposição salarial pela inflação.


Edição: Helcio Albano.

 

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Felipe Rebello é professor e psicopedagogo.




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