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Foto do escritorJornal Daki

Será o Tamoio uma Fênix? Por Oswaldo Mendes


Premiação do Concurso de Miss Tamoio - Década de 1960/Autor desconhecido
Premiação do Concurso de Miss Tamoio - Década de 1960/Autor desconhecido

Dificilmente uma empresa ultrapassa viva a um ano. Conforme levantamentos atualizados, em torno de noventa e cinco por cento delas morrem, vão à falência no primeiro ano e tais mortes ocorrem em transições de modelos, ou seja, de pequena para média ou do modelo familiar para de gestão independente.



Pessoas sem qualquer conhecimento de gestão abrem negócios, os quais as estatísticas demonstram que são fracassos, sejam elas da iniciativa privada ou da pública, porém, os prejuízos são diferentes, uma é no bolso do acionista privado, quando privado - inicialmente, mas, quando público, é a Sociedade que recebe esses efeitos.


Um maravilhoso médico em sua profissão não tem a menor obrigação de saber gerir com perfeição um órgão ou uma empresa e, assim, erra-se duas vezes ao tirá-lo daquilo que foi treinado e ao lançá-lo em área completamente desconhecida, com muita gente achando que terá o mesmo sucesso da área que foi treinado e capacitado. Ledo engano.



As cidades e empresas são organismos vivos, assim também ficam doentes e morrem. Modelos aplicados também morrem e para tal deve-se estar atentos aos indicadores e ao seu entorno, no caso, mercado.


Se nos referenciarmos pela Praça Estephânia de Carvalho (Zé Garoto) das empresas que estavam ali há meio século, apenas o Correios, O Pronto Socorro, a Igreja, o Asilo e o Nilo Peçanha permanecem. No Rodo da cidade, apenas uma loja tem mais de meio século.

Qual seria o segredo da longevidade de empresas? Os Chineses dizem que é a maleabilidade de se adaptar aos ventos, aos momentos, às necessidades e sempre ter olhar de futuro.


Na minha visão, quem tem que administrar é administrador, Gestor ou pessoa com capacitação para tal. O Sistema S dá cursos rápidos para leigos na intenção de reduzir o percentual gigantesco de falências.



O modelo de gestão de clubes faliu. Vemos nas nossas cidades e toda hora em noticiários. No caso excepcional do C. R. do Flamengo, em 2013 elegeu um profissional o qual implementou novo modelo de gestão e atualmente recolhe resultados.


Em nossa cidade, vivemos o mesmo dilema com diversos clubes, sendo que a maioria já encerrou totalmente suas atividades. Quem se lembra do Vila Lage?


A discussão que ora se eleva em cima do Clube Tamoio, centenário na cidade de São Gonçalo, a qual a Sociedade desperta e cobra ações, tem a possibilidade de ter bons frutos, os quais podem ser colhidos por outras organizações em mesmo caso.


A Câmara da cidade, além da ALERJ e outros Poderes, já se pronunciou. Um empresário num leilão público pagou pelo bem, mas o mesmo foi tombado pela municipalidade e agora há propostas para que aconteça tombamento no âmbito estadual.


Pelo que foi repassado para a população, a PMSG espera para atuar; torcemos para que inicie criando o “Livro do Tombo” para assim gerir adequadamente seus bens tombados, como a Igreja da Luz e a Sereia da Praia das Pedrinhas, por exemplo.



Nesse imbróglio, considero que não se deve punir o empresário nem a Sociedade, sendo que os Poderes Públicos agindo como mediadores podem levar a um bom resultado para todos e, como já descrito, modelo para casos como esse.


Notem que não há mais clubes que tenham autorização para que se faça um baile, um show, um evento. São Gonçalo tem um potencial gigantesco para a Cultura e serviços, o qual deve ser explorado. Sem locais para os jovens dançarem, cantarem e se divertirem, os Bailes de Favelas passam a ser os únicos que se apresentam para esse público.


Com o tombamento do imóvel, o proprietário tem a posse do mesmo, sem poder fazer as alterações que quiser e, considero que não é essa a lacuna da Sociedade. É mais. São áreas de lazer como o extinto Piscinão ou os Bailes da Portela no Mauá. Gera emprego e renda, ainda complementa o ser humano como pessoa com a Cultura.


Termos de Ajustes de Conduta e Gestão compartilhada talvez possam ser realizadas, assim como vem-se falando muito do encampamento, desapropriação do bem, por meios legais do imóvel, ressarcindo aos atuais proprietários o valor desembolsado, devidamente atualizado.



Como sonhar não custa nada, imaginemos no Tamoio o time de basquete com Azul, Nanau, Raul, saudoso Paulão e Seco de volta. As secretarias de Cultura e de Esporte e Lazer em gestão compartilhada com outras partes interessadas. E o GRES Porto da Pedra ali ensaiando.


Rogando que se tenha um final feliz, que o interesse público esteja acima dos interesses pessoais e que não aconteça como a Praça 10 de dezembro, a Praça de Alcântara, o 3º BI e outros patrimônios que a Sociedade Gonçalense perdeu.


Volte ao seu ninho e renasça, Fênix.


Somos Todos Tamoio!

Oswaldo Mendes é engenheiro e sambista.




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