Secretários do governo Nelson Ruas são alvos de operação da Polícia Federal
Atual e ex da pasta da Saúde são suspeitos de desviar pelo R$ 10 milhões de recursos públicos federais
Por Cláudio Figueiras
O atual e o ex-secretário de Saúde de São Gonçalo, Gleison Rocha e André Vargas, respectivamente, foram os alvos da operação Esculápio, deflagrada ontem (7) pela Polícia Federal (PF) e Controladoria Geral da União (CGU) a fim de apurar desvios de dinheiro público federal destinado aos serviços de saúde no município. Na casa de um dos suspeitos foram encontrados R$ 250 mil em dinheiro vivo em pacos de reais, dólares e euros.
Rocha e Vargas são suspeitos de terem montado um esquema de contratação de médicos fantasmas através da Organização Social (OS) In Saúde, que teria dado um prejuízo de pelo menos R$ 10 milhões aos cofres públicos desde 2021, já no governo Nelson Ruas (PL) quando, segundo as investigações, as fraudes tiveram início.
A OS foi contratada pela prefeitura para fazer a gestão do Pronto Socorro Central e das UPAs de Nova Cidade e de Santa Luzia.
O esquema funciona assim: a prefeitura contrata os serviços da In Saúde que, por sua vez, subcontrata serviços de duas empresas de consultoria ligadas aos investigados que fornecem médicos inexistentes e com superfaturamento que chega a R$ 300 mil mensais. A fraude só foi possível devido "vista grossa" da OS e da própria prefeitura, que deveriam fiscalizar a operação.
Em 2021, em pleno pico da crise pandêmica de Covid 19, descobriu-se que Vargas era o dono das duas consultorias, passando logo em seguida o controle das empresas para sua mulher e ao seu pai, assim que recebeu o convite para assumir a Secretaria em janeiro daquele ano. Ele ficaria no cargo até novembro.
Mudou-se o secretário, mas não o esquema, que dessa vez seria com consultorias ligadas a Gleison Rocha.
Cerca de 70 policiais federais e 15 auditores da CGU cumpriram 15 mandados de busca e apreensão, expedidos pela 2ª Vara Federal de Niterói, nos municípios de Niterói, São Gonçalo, Rio de Janeiro, Cabo Frio, além de Sorocaba e Santos, no estado de São Paulo, contra pessoas físicas e empresas.
A operação de ontem repercutiu forte nas redes sociais no meio político da cidade. Veja algumas manifestações:
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