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Rota de fuga

Por Graciane Volotão


Foto: Marcello Casal Jr/Agência Brasil
Foto: Marcello Casal Jr/Agência Brasil

Nos últimos dias, vi pessoas de dentro das escolas, planejando e estudando formas mais rápidas de saírem do espaço escolar. Foi estranho perceber que tanto estudantes quanto profissionais passaram a olhar cantos, janelas, portas, árvores e muros em busca de espaços para fugir de possíveis ataques.


Na coluna do jornal Daki, por meio das ondas da rádio comunitária Aliança e das redes sociais, o Coletivo ELA falou sobre a “epidemia” dos ataques às escolas. Denominamos epidemia com base na classificação dada pelo ministro Flávio Dino, pois os números revelam que não são casos isolados e que há uma estrutura criminosa de incentivo a estes ataques e ameaças.


Não são casos isolados e o alerta é importante de ser escrito e repetido por todos os veículos de comunicação. Não se trata de sensacionalismo ou de oferecer a divulgação dos atos, mas sim de alertar as famílias, as comunidades escolares e a sociedade sobre a importância deste momento em que a internet avançou e que ampliou vozes que agiam ocultamente. O tema da segurança pública é extremamente relevante e tem sido disputado por muito tempo.


O que ocorre dentro das escolas nunca é dissociado do que acontece fora dela. O ataque às escolas não é notícia nova. As escolas estão sofrendo várias violências, incluindo, a precarização.


Procurar a “rota de fuga” é um mecanismo natural dos seres humanos que frequentam os espaços e que, diferente de quando entramos em um avião em que procuramos imediatamente ler as instruções de como nos salvar em caso de pane, as escolas não eram espaços em que nos habituamos a entrar e procurar as saídas de emergências. Os prédios escolares costumam ser cheios de grades e portões, com a suposta impressão de segurança, onde o perigo está fora dela e não dentro. A forma de olhar mudou? Por que começamos a procurar meios de sair em caso de ataques?



Isso me faz refletir do quanto nos aprisionamos diariamente em nossas escolas e casas imaginando que poderemos dessa forma nos defender dos perigos. A ideia falsa de que armas trarão segurança vai na mesma ideia que as grades, câmeras, seguranças armados e botão do pânico podem nos defender.


Vídeos passaram a circular alertando aos pais para olharem as mochilas dos filhos e das filhas. Estudantes, e não foram poucos os relatos, passaram a levar facas alegando serem para usarem em casos de ataques, com o discurso da defesa pessoal.


No entanto, cabe, a meu ver, começarmos a pensar em rotas de fugas diferentes das mais lógicas, simples e imediatas. Chamo aqui a atenção para sairmos do óbvio e que passemos a olhar para o problema social em que cada um e cada uma de nós somos agentes de mudanças.


A partir disso, convido você a assistir o programa que fizemos no sábado passado dia 22/04/2023 no canal do Youtube da TV Daki e denunciar todo conteúdo e qualquer suspeita de ameaças às escolas e/ou às crianças, adolescentes e jovens.


Aproveito para relembrar os canais de denúncias e dizer que os últimos dados apontam para 302 prisões ou apreensões e 270 mandados de busca executados. Continuem denunciando por https://www.mj.gov.br/escolasegura , pelo whatsapp (61) 99611-0100 ou pelo Disque 100.


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Graciane Volotão é Pedagoga, professora supervisora educacional, servidora pública e doutoranda em educação na UFF e membra do Coletivo ELA – Educação Liberdade para Aprender e colaboradora da Coluna “Daki da Educação”, publicada às sextas.



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