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Rio, teu nome é calamidade - por Helcio Albano


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Matéria desta sexta (24) em O Globo mostra que mais que duas São Gonçalos juntas passam fome no Rio de Jneiro. Isso equivale a impressionantes 2,8 milhões de cidadãos que diariamente não têm nada, NADA pra comer. Mas que teimam, ainda assim, em não sucumbir à morte e vida severina, que não se retira de nossa história. Pelo contrário: sempre retorna em looping.


Em apenas quatro anos, o número de famélicos que seguem a viver nas ruas de doações, pequenos furtos ou perambulando atrás de xepa nos Ceasas e nas feiras da região metropolitana, incluindo leste e baixada, aumentou 400%. Essas informações foram apresentadas pela entidade que conhece do assunto, a Ação da Cidadania, através do instituto Penssan.


E não é só. Das 17,6 milhões de almas que habitam o estado, 10,5 milhões passam por algum tipo de insegurança alimentar, que varia de leve a grave, como no caso visto acima de fome absoluta. Isso equivale a 60% da população. É uma vergonha. É degradante. Devia revoltar.



Enquanto isso, políticos sem-noção, com mandatos ou aspirantes, se apresentam perante a população, impassível, como "pais da criança" de uma obra no Vila Lage onde todo mundo bate cabeça, e de tudo que se tem visto, apenas uma certeza: O Rio está à deriva. Acéfalo. Sem governo.


O Castro é aquele que deixou a família faminta em casa enquanto foi à rua vender o único bem, a geladeira. Na volta, torrou tudo em pó e em RedBull com os amigos.


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Helcio Albano é jornalista e editor-chefe do Jornal Daki.


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