Quaquá desafia Edinho e oficializa candidatura à presidência do PT em meio a racha interno
- Jornal Daki
- há 19 horas
- 3 min de leitura
Prefeito de Maricá tensiona disputa dentro da CNB, corrente majoritária do partido, ao confrontar possível apoio de Lula a Edinho Silva

A corrida pela presidência nacional do Partido dos Trabalhadores (PT) ganhou um novo e ruidoso capítulo com a confirmação da candidatura de Washington Quaquá, prefeito de Maricá (RJ) e atual vice-presidente da legenda. O lançamento oficial está marcado para o dia 13 de maio, em um evento no Circo Voador, no Rio de Janeiro. A entrada de Quaquá na disputa aprofunda a divisão dentro da corrente majoritária do PT, a Construindo um Novo Brasil (CNB), e desafia abertamente o favoritismo do ex-prefeito de Araraquara (SP), Edinho Silva, tido por setores do partido como o preferido do presidente Luiz Inácio Lula da Silva.
A informação foi antecipada pela colunista Malu Gaspar, de O Globo. Internamente, Quaquá já havia sinalizado sua disposição de concorrer por meio de mensagens em um grupo de WhatsApp da CNB. Em resposta a uma mensagem que sugeria unidade em torno do nome de Edinho, o prefeito disparou:
“Nossa (unidade) não! Edinho não é meu candidato! De onde surgiu a candidatura dele? Qualquer militante pode ser candidato… Eu vou lançar a minha na semana que vem!”
Com sua candidatura, Quaquá se junta a outros quatro nomes que disputam a sucessão de Gleisi Hoffmann, que deixará o comando do partido para assumir a Secretaria de Relações Institucionais do governo federal. Além dele e de Edinho, estão na corrida o deputado federal Rui Falcão (SP), o secretário de Relações Internacionais do partido, Romênio Pereira, e Valter Pomar, da corrente Articulação de Esquerda.
Quaquá afirmou à coluna de Malu Gaspar que pretende buscar uma aliança programática com Falcão e Romênio em um eventual segundo turno. A base de sua candidatura será o conteúdo do livro “Diálogos com a utopia”, recém-lançado por ele, que propõe um debate sobre os rumos ideológicos e estratégicos do PT.
Apesar de se mover há meses como candidato da “unidade petista”, Edinho Silva enfrenta resistências significativas dentro da CNB. A tensão se acirrou após um jantar promovido por Gleisi Hoffmann, no início de março, com a presença de Lula e outros quadros do partido.
Segundo a coluna de Lauro Jardim, o encontro se transformou em uma espécie de “rebelião silenciosa”, em que aliados de Quaquá alertaram Lula de que Edinho não teria apoio suficiente para vencer a disputa.
A reação de Edinho veio rapidamente, com um discurso nas redes sociais onde expressou “indignação” com o vazamento da reunião e criticou o uso do nome de Lula para fragilizá-lo politicamente.
Embora Lula não tenha manifestado publicamente apoio a nenhum dos candidatos, nomes próximos ao presidente — como os ministros Fernando Haddad (Fazenda), Alexandre Padilha (Saúde), Wellington Dias (Desenvolvimento Social), o senador Jaques Wagner (BA) e o ex-ministro José Dirceu — têm sinalizado respaldo à candidatura de Edinho.
Mas para Quaquá, esse apoio não está consolidado. “Eu acho que quando o presidente Lula quer alguém, ele fala. Ninguém ouviu do Lula essa defesa do Edinho até agora”, declarou à equipe de Bela Megale. E completou: “O Edinho usa um pretenso apoio para impor uma candidatura que não tem apoio da base, nem do comando dos principais estados”.
Com o lançamento oficial marcado para maio, a disputa pela presidência do PT promete intensificar os debates internos e testar o equilíbrio de forças entre as diferentes alas do partido — em um momento em que a legenda se prepara para os desafios eleitorais de 2026.
*Com informações Brasil 247
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