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Qual o motivo da perseguição a carros elétricos?

Por Oswaldo Mendes

Navio próprio da montadora chinesa BYD descarrega 5 mil veículos elétricos no porto de Suape, Pernambuco/Foto: Reprodução YouTube
Navio próprio da montadora chinesa BYD descarrega 5 mil veículos elétricos no porto de Suape, Pernambuco/Foto: Reprodução YouTube


Nas mídias, seja ela internet, televisão e até mesmo rádio, é normal encontrar frases pejorativas em relação aos carros chineses, novidade que impacta, ao menos no Brasil.

           

Há, na verdade, um grande preconceito aos chineses - também, até mesmo por não ter se curvado aos EUA, e por um povo grandioso que através de seus esforços vem demonstrando ao mundo que há outras saídas e confirmando que toda unanimidade é burra.

           

Lembro-me do mito, na verdade era uma intenção malígna de desestruturar os imigrantes que abrissem qualquer negócio, espalhando mentiras, atualmente denominadas de Fake News, como pastel de carne de cachorro. Trabalhando, os imigrantes venceram e conseguiram apoio e respeito popular com produtos de qualidade, bom atendimento e barato.

           

Há uma grande possibilidade de quebra de paradigma quando uma ou mais variáveis se alteram, sendo elas: mercado, tecnologia e insumos.

           

Ver um bilionário mundial ofendendo autoridades brasileiras não é sem motivo implícito, mas interesses que popularmente se diz que “atirou no que viu para acertar o que não viu”. Não há almoço gratuito. Na verdade, o que ele quer é o lítio para baterias do seu carro elétrico, que perde mercado para os de tecnologia chinesa.

           

O Brasil, com o BRICS, é motivo de muito ciúme e de um novo posicionamento em relação ao mundo. O continente africano, com grandes parcerias com a América do Sul, é um novo olhar para novos mercados e insumos, o que nos ampara na questão da Quebra de Paradigma, anteriormente informado.

           

Os carros elétricos escondem diversas novas tecnologias que afetam diversas áreas que eram consideradas intocáveis até poucos anos.


A questão do aquecimento global e os combustíveis fósseis estão intimamente ligados e nada como o que aconteceu no Rio Grande do Sul para exemplificar o que seria na prática o Diagrama de Ishikawa – Causas e Efeitos.


Quando alguém decide – “decidere” – alguém perde. Quando alguém compra um carro elétrico deixando de adquirir um carro a combustão, que não vai para o mercado e fica no pátio, em estoque, criando custos. Aqui entra os famosos Acionistas. Cria-se custos, mas preço e lucro adicionado de custos, logo, se os custos de produção aumentam, o lucro diminui.


Acionistas buscam lucro financeiro e não social. Muitas vezes esse lucro vem através de desmatamento para criação de gado em área de proteção ambiental ou florestal. Aqui se pode pensar numa frase de Nicholas Maquiavel: “Os fins justificam os meios”.


Mas além da perda de mercado com os carros elétricos, a hidrogênio e outras formas de energia, temos um ponto crucial que é o armazenamento: lítio.


Já há baterias utilizando energia nuclear. Deve-se demorar um tempo para vir a mercado, com novos testes de segurança, mas já é outra alteração de tecnologia.


Quando se fala em bateria e armazenamento de energia toca-se noutro mercado que age em silêncio, com seu Fundos de Pensão que atualmente lucram muito: Energia Elétrica, mas eles têm “uma pedra gigantesca no sapato”: a energia solar fotovoltaíca em residências e empresas. Leia-se Lei 14300 e a “Taxa do Sol”.


Notem com o advento da energia solar indo para o mercado, para lares de todos os segmentos da Sociedade, os Acionistas de empresas de energia elétrica diminuem seus lucros e com a tecnologia denominada “híbrida”, não há motivos para se contratar uma empresa de energia. Notem aqui o que pode vir de alterações pelo mercado. A população, empresas públicas e privadas livres de pagar conta de luz.


Com a diminuição de preço das placas fotovoltaícas e também das baterias estacionárias, logo será essa tecnologia que tem toda a chance de se popularizar, aumentando assim a qualidade de vida das pessoas e atingindo a população mais pobre.

O município de Maricá já tem carregadores de carros elétricos à disposição da população e, no mesmo município, estão implementando energia solar em diversas casas. Esse é o lucro social.


Não há mais motivos para uma cidade pagar a uma empresa por valores de iluminação pública, combustível para sua frota ou energia para as instalações públicas. Em breve teremos uma nova revolução da forma de gerir energia nas cidades. Pagar energia elétrica não é mais eficiente e, como diria Peter Druker, eficaz.


Não é só o carro elétrico que coloca o mercado em polvorosa. O mercado de energia elétrica, eólica e outras também tem gigantescas alterações.


Tenham toda a certeza, não é só o carro elétrico. É uma gigantesca quebra de paradigmas que ora acontece e, quem não conseguir acompanhar, poderá desaparecer como aconteceu com diversas organizações como a própria máquina de fotografia e o teletrim.


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Oswaldo Mendes é sambista e engenheiro.

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