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Profissionais de imprensa enfrentaram em média 3 casos semanais de violência em 2021

Pesquisa aponta as ofensas como a violência mais praticada, seguida das agressões, intimidações e ameaças


Foto: Fernando Frazão/Agência Brasil
Foto: Fernando Frazão/Agência Brasil

Carta Capital - Os profissionais de imprensa sofreram mais violência em 2021, é o que aponta uma pesquisa feita pela Associação Brasileira de Emissoras de Rádio e Televisão, a Abert, divulgada nesta terça (22).


Foram 145 registros de violência não letal contra a categoria, que envolveram pelo menos 230 profissionais e veículos de comunicação. O número representa 21,69% a mais do que no ano anterior.


As ofensas despontam como a violência mais praticada, 53 casos ao todo, seguida de agressões (34 casos), intimidações (26 casos) e ameaças (12).


No caso das ofensas, que vitimaram pelo menos 89 profissionais de comunicação, houve uma diminuição de 10,17% no número de casos em relação a 2020, mas um aumento de 30,88% no número de vítimas. Em quase sua totalidade (92,45%), os ataques partiram de políticos ou ocupantes de cargos públicos, e se voltaram majoritariamente aos profissionais que cobrem política.


No caso das agressões, embora se tenha uma redução de 12,82% no número de casos registrados em relação ao ano de 2020, o número de comunicadores agredidos teve um aumento de 3,39%. Pelo menos 61 profissionais da comunicação foram vítimas de chutes, pontapés, socos e tapas. Os homens representaram a maioria das vítimas (80,33%). Em 62,22% dos casos, equipes de TV foram as mais atingidas. Os profissionais agredidos atuam em áreas como política (16), cidades (14) e esportes (4).


As intimidações vitimaram 43 profissionais, número 43,33% superior ao contabilizado no relatório passado. A violência também se dirigiu mais a jornalistas homens (25), em comparação às mulheres (10) e afetou profissionais que atuam com a cobertura política (14), cidades (10) e esportes (2). A maior parte das intimidações foram praticadas por manifestantes (10), políticos ou ocupantes de cargos públicos (8) e populares (3).


As ameaças também tiveram aumento de 12% em relação ao ano anterior e fez mais vítimas, passando de 13 em 2020 para 15 em 2021. Mais uma vez, os homens foram os maiores alvos dos agressores, representando 66,67% do total. Mais da metade dos casos ocorreu na região Sudeste. 


Entre os autores estavam policiais ou agentes de segurança e populares insatisfeitos com a cobertura política da imprensa. As ameaças de morte foram as mais presentes, seguidas de ameaças de agressão e de disparo de tiros principalmente contra profissionais que trabalham na cobertura de Política e Cidades, e de emissoras de TV e sites jornalísticos.


A pesquisa também destacou os ataques virtuais direcionados aos profissionais de imprensa. O levantamento destacou que palavras de baixo calão, expressões depreciativas e pejorativas contra a imprensa profissional e os jornalistas estiveram em 1,46 milhão de posts, uma redução de 54% nos ataques virtuais ao trabalho jornalístico. Apesar da queda em relação ao ano anterior, o levantamento aponta que, em 2021, a imprensa sofreu cerca de 4.000 ataques virtuais por dia, ou quase três agressões por minuto.

 

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