Prevenir é melhor que remediar: Há tragédias previsíveis e imprevisíveis
Por Graciane Volotão & Flávia Cantuária
Nos últimos dias, nossos celulares e redes sociais não pararam de receber pedidos de ajuda, fotos e vídeos dos estragos causados após as chuvas. As escolas iniciaram as aulas, mas algumas foram obrigadas a interromperem as atividades letivas para socorrer as famílias e até por terem sido afetadas pela lama, lixo, esgoto e água que invadiram os pátios e salas de aulas. Infelizmente, as enchentes ocorrem anos após anos.
Entre tantas denúncias que recebemos, compartilhamos a de Flávia Cantuária que é do Coletivo ELA:
“Em relação às tragédias ocasionadas pelas chuvas em nosso país, e falando mais precisamente em nosso Estado e município, na minha visão, essas tragédias são previsíveis. Sem falar que o descaso do poder público, representado pelos órgãos fiscalizadores, é um dos componentes da complexa engenharia burocrática que impede a ação preventiva de tais acontecimentos diante dos fenômenos naturais que podem ocasionar catástrofes. Pagamos altos impostos. Temos um legislativo caro para nos representar, entretanto nada disso muda esse cenário desolador pós chuvas que atingiram nosso Estado e vários de seus municípios.
Há alguns anos, informei ao órgão competente da prefeitura que um enorme muro de um condomínio próximo a minha casa, ameaça cair e que fica numa área de acesso ao centro comercial do bairro, a obra por si só já se mostra irregular, pois há canos que saem do muro e jogam a água para a calçada.
Esse muro fica próximo a um lugar chamado "Curva Fria", o nome faz jus a história que narra um deslizamento de terra que ceifou várias vidas (vidas pobres, vale ressaltar). A olhos nus, percebe-se a inclinação constante, cada ano o muro se inclina mais.
Acredito que não sou a única preocupada com essa situação, com certeza outras pessoas já sinalizaram aos órgãos competentes, porém nada é feito. No Brasil, a gente paga para ver as tragédias acontecerem e, dessa forma, mais impostos são cobrados para pagar os prejuízos que poderiam ser evitados se o poder público agisse preventivamente.
Prejuízos materiais e, o pior, prejuízos humanos, perdas que não há como reparar e que adoecem emocionalmente famílias inteiras. Até quando teremos que vivenciar essas situações?
O velho ditado: "Prevenir é melhor que remediar" serve para a nossa vida particular, serve para a vida comunitária. A maneira individualista que vivemos em sociedade, manda a conta diariamente, mas as distrações (individualismo, ódio, raiva, rancores, ganância e futilidades) nos impedem de enxergar o quanto estamos acelerando o fim de tudo”.
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Graciane Volotão é Pedagoga, professora supervisora educacional, servidora pública e doutoranda em educação na UFF e membra do Coletivo ELA – Educação Liberdade para Aprender e colaboradora da Coluna “Daki da Educação”, publicada às sextas.