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Foto do escritorJornal Daki

Precisamos falar de aborto, por Cristiana Souza


É do conhecimento de todos que o aborto ainda é crime no Brasil, sendo legal apenas em casos de risco de morte da gestante, gravidez resultante de estupro, anencefalia fetal e proibido em todos os demais casos. As opiniões são divergentes sobre a escolha da mulher interromper uma gravidez, que não seja os permitidos por lei, porém a discussão pública é inevitável.


Historicamente, as mulheres são "necessárias para produzir o crescimento da raça humana", disse Lutero, (monge agostiniano e professor de teologia germânico que se tornou uma das figuras centrais da Reforma Protestante), reconhecendo que, "quaisquer que sejam suas debilidades, as mulheres possuem uma virtude que anula todas elas: possuem um útero e podem dar à luz".


Nesse sentido, podemos perceber o quanto é valioso para a existência da humanidade que a mulher siga dando à luz, mesmo que essa mulher se encontre em situação de extrema vulnerabilidade, de violência, ou por qualquer outra razão não queiram dar continuidade numa gravidez.


Muitas mulheres são contra o aborto, por terem um pensamento religioso que as diz que não é correto tirar uma vida, apesar do aborto ser uma realidade na vida das mulheres de diferentes credos e classes sociais.



Segundo dados do IBGE, estima-se que 7,4 milhões de brasileiras já fizeram pelo menos um aborto. Uma em cada cinco mulheres de até 40 anos já fez, pelo menos, um aborto na vida.

É necessário mencionar que a desigualdade social no Brasil é um problema que atinge grande parcela da população; famílias vivendo na extrema pobreza sem acesso às políticas públicas. Dito isto, podemos analisar que a criminalização do aborto tende a punir mulheres pobres, negras e indígenas.


Mulheres que buscam meios para fazer um aborto clandestino põem a sua vida em risco e ainda podem ser penalizadas.


Legalizar o aborto vai muito além da mulher tirar uma vida, é questão de saúde pública; o aborto clandestino no Brasil é a quinta causa de morte materna.


Como ser uma mulher verdadeiramente livre, se a nossa decisão de não levar até o fim uma gravidez não desejada, pode nos levar para a prisão?

Cristiana Souza é Assistente Social.


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