PP, PL Republicanos abocanham R$ 150 bilhões do orçamento de Bolsonaro
O Centrão é, de fato, o dono do governo, estando a frente de diversos ministérios, com destaque para a Casa Civil
Por Rodrigo Melo
Os três principais partidos do chamado “Centrão — PP, PL e Republicanos, apoiadores da reeleição de Jair Bolsonaro — comandam ao menos 32 postos-chave na administração federal e têm sob gestão mais de R$ 149,6 bilhões, segundo levantamento feito pelo O Globo.
Além disso, segundo o jornal, deputados e senadores dessas legendas foram beneficiados com ao menos R$ 901 milhões do orçamento secreto, mecanismo de distribuição de verba parlamentar de forma desigual e sem transparência.
Os quase R$ 150 bilhões é maior do que o orçamento total estimado para este ano dos ministérios da Defesa (R$ 116,3 bilhões) e da Educação (R$ 137 bilhões). O Ministério da Saúde tem um pouco mais: R$ 160 bilhões.
O Centrão é, de fato, o dono do governo, estando a frente de diversos ministérios, com destaque para a Casa Civil, entregue a Ciro Nogueira (PP-PI), e de órgãos importantes da máquina pública, como o Bando do Nordeste (BNB), controlado pelo ex-deputado condenado no Mensalão, Valdemar Costa Neto, presidente do PL, figura-chave na decisão de Bolsonaro em integrar a legenda para tentar a sorte na reeleição. Só o Ministério da Cidadania, controlado pelo Republicanos, vai administrar esse ano R$ 108 bilhões destinados ao Auxílio Brasil.
Em 2018, uma das principais bandeiras de Bolsonaro era o ataque contra o que chamava de “política tradicional”, que tem no Centrão o seu símbolo máximo. O que se vê, agora, é a transformação do presidente da república num simulacro de poder, uma "rainha da Inglaterra", onde quem dá as cartas do orçamento, sem intermediários, é a turma do Arthur Lira (PP), Costa Neto (PL) e os representantes do Republicanos sob as ordens de Edir Macedo, líder da Igreja Universal e dono do partido, antigo PRB.
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