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O Fora Bolsonaro é uma questão civilizatória

"Todas as evidências científicas mostram que, para frear a pandemia e não sobrecarregar os sistemas de saúde, são necessárias medidas drásticas que são estranhas ao capitalismo e, particularmente, à sua face neoliberal defendida pelo atual governo"


Por Josemar Carvalho e Márcio Ornelas


Já em maio de 2019, mas de 1 milhão de pessoas saíram às ruas pela Educação e pelo FORA BOLSONARO/Foto: Divulgação
Já em maio de 2019, mas de 1 milhão de pessoas saíram às ruas pela Educação e pelo FORA BOLSONARO/Foto: Divulgação

O pronunciamento de Bolsonaro aos grandes meios de comunicação, convocando o povo ao cotidiano da vida normal em meio a uma pandemia mundial de uma doença mortal, foi um verdadeiro chamado ao genocídio da população brasileira. No momento em que esse texto é escrito já são mais de 1 milhão de casos em todo o planeta. A situação do Brasil é crítica, pois a curva de evolução da doença se mostra muito parecida com a da Itália (país mais afetado até o momento pela doença), só que com um potencial muito maior para o caos pelas proporções territoriais, sócias e quantitativas de população. Todas as evidências científicas mostram que, para frear a pandemia e não sobrecarregar os sistemas de saúde, são necessárias medidas drásticas que são estranhas ao capitalismo e, particularmente, à sua face neoliberal defendida pelo atual governo. Mas a situação se faz tão crítica que até figuras plenamente aliadas com os interesses do grande empresariado, como o governador João Dória, tem compreendido a necessidade das medidas restritivas para que a crise sanitária intervenha pelo menor tempo possível na economia. As medidas restritivas de isolamento social e de paralisação dos serviços não essenciais, chegaram inclusive ao coração do capitalismo, tendo o presidente dos EUA (hoje país considerado epicentro da pandemia) defendido amplamente para que os americanos fiquem em casa e autorizando um pacote na ordem de trilhões de dólares para segurar a economia durante a crise. Enquanto o mundo inteiro reforça as medidas restritivas de isolamento social, já que não há remédio para a doença, sendo a forma mais efetiva de combater a propagação do vírus, Bolsonaro vai na contramão do planeta e diz que tudo não passa de um estardalhaço. Manda 40 milhões de trabalhadores informais para a rua, com SUS que não tem a menor condição de atendê-los. Bolsonaro cria a sua própria maneira, uma forma de extermínio da pobreza e das classes mais pauperizadas da população. O distanciamento social e o direito dos trabalhadores e das trabalhadoras a ficarem em casa são os primeiros tópicos. Além disso, é urgente o investimento pesado do Estado na saúde pública, na seguridade social, na garantia dos empregos formais, na proteção dos trabalhadores informais e dos micro e pequenos empresários. No entanto, as autoridades pensam, primeiramente, na economia e no lucro, e só depois na saúde e na vida. As graves condições sanitárias, econômicas e sociais de amplas massas trabalhadoras, em nosso país, coloca em risco um contingente elevado de pessoas. A face mais aguda da crise atinge a classe trabalhadora e, dentro dela, seus setores mais precarizados e oprimidos. Como se não bastasse isso, temos um agravante. O presidente da república, Jair Bolsonaro, atua na vanguarda da irresponsabilidade. Bolsonaro assume uma postura abertamente criminosa que põe em risco a vida dos brasileiros mais pobres e em grupos de risco para a COVID-19. Bolsonaro defende apenas seus interesses mesquinhos e seu projeto político reacionário. Em paralelo, o esgoto do bolsonarismo, nas redes sociais, atua pela desinformação, difunde fake news, estimula a alienação religiosa e aumenta os riscos para os brasileiros. Postura típica daqueles que atacam a ciência e desmerecem os profissionais da saúde e o SUS. A lista de crimes de responsabilidade de Bolsonaro é extensa. Há tempos um pedido de impeachment do presidente já se sustentava. Mas agora se tornou inadiável de proporções civilizatórias.



Josemar Carvalho E Márcio Ornelas são professores de Geografia e integrantes da Rede Emancipa e do Fórum São Gonçalo de Desenvolvimento Sustentável e Resistência Democrática.




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