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Foto do escritorJornal Daki

Política, uma questão de sobrevivência, por Rafael Abreu


"Todo homem é um animal político". Com essa provocação no livro A Política, Aristóteles concluiu que todo homem é um ser político por natureza, pois ele precisa conviver com outras pessoas dentro da sociedade.

Para Aristóteles, o conceito de cidadão varia de acordo com o tipo de governo. Isso porque o cidadão é aquele que participa ativamente da elaboração e execução das leis.  

Nem todos os que moram na cidade são cidadãos, existe diferença entre habitante e cidadão.

Cidadão é todo aquele que participa ativamente em sua sociedade e exerce livremente todos os seus direitos e deveres.

É claro que essa é uma análise bem sumária sobre essa provocação de Aristóteles, a fim de pegar um gancho para a introdução do texto. 

O fato é que a política é comandada por poucas pessoas, em alguns países existem ditadores, em outros existem monarquias hereditárias e em países democráticos, existe um parlamento, ministros e um chefe de estado e é o povo que escolhe os seus representantes através do voto.

Isso já demonstra como a política é algo restrito e pouco acessível à grande parte da população, que por sua vez também não se interessa por política e por isso se vê alheia a tudo isso, por não se sentirem representadas.

A população só acompanha o que é exibido nos veículos de comunicação de massa do país. Esses veículos não são independentes, são poderosas empresas que estão a serviço do Capital. As mídias corporativistas, cumprem bem o seu papel de entreter, desinformar e moldar a opinião das pessoas.

Ela precisa a todo momento manter os cidadãos desinformados e desinteressados na frente da TV, sempre ocupados com assuntos de pouca importância, sem incentivar o pensamento crítico do telespectador.

É por isso que existe tanta programação idiota na TV brasileira com altos índices de ibope como o Programa Silvio Santos, BBB, Faustão, Raul Gil, Caldeirão do Huck, Ratinho, Se Joga, entre outros.

Isso é muito lixo!

Aí vem o telejornal, com uma imprensa que ocupa o quarto poder oculto do Governo. Que trabalha e atende aos interesses do mercado.

Vale lembrar que a grande mídia do país também apoiou a ditadura militar e fez tudo isso parecer normal.


Ela também foi conivente com alguns golpes de Estado, esquemas de corrupção e manobras judiciais.

Não é a toa que 75% dos assuntos de um telejornal seja sobre política e economia. Essa mídia corporativista exerce um papel fundamental e influencia no voto de muitos eleitores.

Isso não é uma tarefa muito difícil, uma vez que ela já entrou na sua mente e nos seus lares durante boa parte da sua vida e da sua família, gerando assim recordações e memórias afetivas com um determinado tipo de programa, personagem, ou personalidade que admira e marcaram a sua vida.

Lembra da propaganda da Friboi feita pelo Tony Ramos?

Você comprava a carne, mesmo sem saber da qualidade, por que confiava no Tony. Nunca iria imaginar que o Tony Ramos fosse me vender uma carne de péssima qualidade e cara como essa.

Isso pra você observar o poder que a propaganda exerce no nosso imaginário. Vai dizer que o seu fascínio pela terra do Tio Sam e pelas coisas que vem de lá, não tem ligação direta com os filmes de quinta categoria exibidos vespertinamente na sessão da tarde, durante toda sua vida colegial, que lhe passaram valores e costumes da sociedade deles?

Essa também é uma forma de colonização, a colonização cultural.

Ela é feita através dos filmes, da música, da gastronomia, do vestuário, das multinacionais e tecnologias importadas, da moeda comercial e até mesmo na tentativa de implantação de um idioma universal, visando facilitar a comunicação e globalizar o planeta, para servir aos interesses do imperialismo norte americano.

A política tem lado e em uma democracia os trabalhadores precisam estar representados. Mas infelizmente o trabalhador braçal, exerce uma força de trabalho desgastante, repetitiva e alienada e devido a sua jornada excessiva de trabalho, acrescido ao alto tempo gasto na sua locomoção e deslocamento de casa para o trabalho e do trabalho para casa, muitas das vezes estão exaustos e sem interesse em estudar e se informar.

E grande maioria utilizam os telejornais para se informarem.

As redes sociais por sua vez, conseguem furar a bolha da desinformação, mas esbarram nas sabotagens do sistema cibernético como as fake News e os algoritmos.

A nossa Educação é e sempre será sabotada pelos poderosos, pois eles sabem que educação derruba governo. 

Além de manterem uma mão de obra barata e alienada, que vendem o seu voto por qualquer R$50,00, ou por algum material de construção e cesta básica. 

Eles querem gerar um povo inerte e facilmente manipulado.

Uma nação de meros telespectadores que ficam assistindo sentados no sofá a vida passar e os seus direitos acabarem.

Os únicos momentos em que pobres e ricos se equivalem, é no caixão e nas urnas.  Que a classe tabalhadora se politize cada vez mais e que ela passe a participar mais da vida política da sua cidade, do seu estado e do seu país. Eu sou Rafael Abreu, colunista do Daki.

Rafael Abreu faz análises de conjuntura politica nacional às quartas no Jornal Daki.


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