Polícia mata dois sem-terra e movimentos denunciam execuções e tortura contra acampamento no Pará
- Jornal Daki
- 15 de out. de 2024
- 2 min de leitura

Policiais civis da Delegacia de Conflitos Agrários (Deca) de Marabá assassinaram dois trabalhadores sem terra no acampamento da Associação Rural Terra Prometida, na última sexta-feira (11), no Pará. Outros quatro foram presos e, segundo os acampados, torturados por horas.
Desde então, as cerca de 200 pessoas que ocupam a área em disputa – localizada na Fazenda Mutamba, da família Mutran – estão agrupadas em um barracão coletivo. Afirmam que um helicóptero da polícia sobrevoa e dá rasantes, todos os dias, no local.
Os sem-terra denunciam que a operação policial Fortis Status (Estado forte, em latim), comandada pelo delegado Antônio Mororó, deixou feridos. Há pessoas com tiro na mão, na perna e com a costela quebrada.
A Polícia Civil do Pará informa que a operação tinha o objetivo de cumprir três mandados de prisão e 18 de busca e apreensão por denúncias de furto, extração de madeira, associação criminosa, tentativa de homicídio, porte ilegal de armas e queimadas irregulares. Nenhum dos presos ou dos mortos, no entanto, era alvo dos mandados.
Os assassinados são Edson Silva e Silva e Adão Rodrigues de Sousa. Este último deixou cinco filhos e, de acordo testemunhas, foi executado enquanto dormia na rede. A polícia alega que houve confronto.
O acampamento tem organização independente, mas o Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST) do Pará é uma das entidades que vem dando suporte ao coletivo. Polly Soares, da direção estadual do MST, esteve no território no sábado (12), horas depois do ataque. "As famílias estão lá, sofrendo violência e intimidação todos os dias", descreve. "A gente presenciou o voo rasante do helicóptero, com policiais dentro apontando armas", conta Soares.
*Com informações Brasil de Fato
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