PM no governo Tarcísio é estimulada a matar, acusa Ouvidor das Polícias de SP
Claudio Aparecido da Silvar critica governador de SP pelo aumento do número de mortes de PMs e de mortes causadas por eles
O Ouvidor das polícias do estado de São Paulo, Claudio Aparecido da Silva, criticou severamente o governador bolsonarista Tarcísio de Freitas.
O motivo principal da crítica a Tarcísio foi a declaração do governador sobre o uso das câmeras por policiais, que diminuíram o número das chamadas "mortes em confronto".
Tarcísio se fez a pergunta e ele mesmo respondeu:
"Mas qual a efetividade das câmeras corporais na segurança do cidadão? Nenhuma."
Será? De 2020 a 2022, a letalidade caiu 76,2% quando analisadas as ocorrências de policiais em serviço que passaram a usar as câmeras. Ou seja: muito cidadão está vivo, graças às câmeras.
É bom lembrar que o uso das câmeras também salva a vida de policiais: o número de policiais mortos em 2021 foi o menor em 31 anos.
Ouvido pela Folha, Claudio Aparecido da Silva também criticou aumento de 34% no número de pessoas mortas por policiais militares em serviço, durante o primeiro ano do governo de Tarcísio. Para Silva, a falta de câmeras serve de estímulo para o confronto e a matança.
"É uma lógica injusta que incute na subjetividade desses policiais que eles podem sair matando a torto e a direito, mas que, quando matam, se deparam sozinhos no banco dos réus", diz Silva. "Ao fim e ao cabo, são trabalhadores que ganham muito mal e que nem sequer têm condições de se defender."
"A Ouvidoria vai continuar nessa trincheira de defesa da vida. Não só da sociedade civil, mas também em defesa da vida do policial. Há uma questão muito forte que precisa ser debatida com profundidade em São Paulo, que é o estado mais letal contra a sua polícia em termos de adoecimento mental", afirma.
Segundo o Anuário Brasileiro de Segurança Pública publicado pelo Fórum Brasileiro de Segurança Pública, São Paulo é o estado brasileiro que mais registra suicídios de policiais da ativa.
De Revista Fórum.
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