'Perdemos a eleição, somos oposição', diz Altineu Côrtes
Por Helcio Albano
O "Centrão" está em polvorosa e não esconde sua excitação em pular de vez para o barco de Lula e do PT. Senão agora na transição, mas nos primeiros meses de 2023, quando tem início o novo governo.
Matéria de O Globo desta terça (8) mostra que PP, Republicanos e PL "não descartam abrir diálogo com o presidente eleito na tentativa de selar a permanência de seus indicados em braços do Executivo", revela a jornalista Natália Portinari.
Os "pragmáticos" partidos, que já integraram as bases de Lula e Dilma no passado, atualmente mantêm sob Bolsonaro o controle de R$ 95 bilhões e 250 cargos em órgãos importantes da administração federal, como Codevasf (epicentro dos escândalos do orçamento secreto) e FNDE (aquele mesmo, dos pastores das barras de ouro).
Se o PP já se ofereceu [mais] de corpo [que] de alma ao novo governo, Republicanos e PL sinalizam que, num primeiro momento, estarão do outro lado do balcão:
"Perdemos e eleição, somos oposição", cravou Altineu Côrtes, líder do PL. Só que em direção oposta a pelo menos 40 dos 99 deputados eleitos pela legenda dispostos a embarcar desde já no governo Lula.
O presidente do Republicanos, Marcos Pereira, disse algo parecido após o dono do partido, Edir Macedo, levar um toco da presidente do PT, Gleise Hoffman, na semana passada, mas negocia nos bastidores.
Além dos partidos da coligação de Lula, estarão no governo União Brasil, MDB e PSD.
Não será diferente com o Centrão, que tem no seu DNA o fisiologismo e o destino manifesto de se dar bem, independente do governo da ocasião.
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Helcio Albano é jornalista e editor-chefe do Jornal Daki.