Paciente afirma ter contraído HIV na PCS Saleme: 'Terá que provar', rebate laboratório
O caso teria ocorrido em 2023, quando a mulher, grávida de três meses à época, fez um teste na empresa. Ela alega que foi nesse momento que teve contato com o vírus.
Uma paciente do laboratório PCS Saleme, que está sendo investigado por erros em exames no sistema de transplantes do Rio, afirma que foi infectada com o vírus HIV durante um exame da instituição. O caso teria ocorrido em 2023, quando a mulher, grávida de três meses à época, fez um teste na empresa. Ela alega que foi nesse momento que teve contato com o vírus. A gestante, o filho e o companheiro foram infectados. O episódio foi denunciado na 52ª Delegacia Policial de Nova Iguaçu e está sendo apurado pela polícia.
O laboratório nega a acusação e afirma que a paciente precisará provar suas alegações. Segundo a empresa, jamais ocorreu um caso sequer de infecção por HIV nas dependências do laboratório, que segue todos os protocolos de segurança, como o uso de luvas estéreis e material descartável para cada paciente. A PCS Saleme afirma que, para que uma pessoa seja infectada no laboratório, ela precisa ser exposta, de maneira proposital, a material biológico sabidamente positivo.
Polícia vai desmembrar o caso em duas investigações
Nessa quarta-feira (16), a Polícia do Rio decidiu desmembrar as investigações do caso em dois inquéritos: um para apurar como pacientes transplantados receberam órgãos infectados e outro para verificar possíveis irregularidades na contratação da empresa. O Departamento Geral de Combate à Corrupção, ao Crime Organizado e à Lavagem de Dinheiro vai colaborar nas investigações do contrato, que foi feito sem licitação. O Ministério Público do Rio também já anunciou que vai concentrar parte de seus esforços em entender se houve irregularidades nessa contratação.
Quatro pessoas relacionadas ao laboratório já foram presas
Nessa quarta-feira (16), a Polícia prendeu o técnico do laboratório PCS Saleme responsável por fazer a análise clínica de órgãos transplantados – entre eles, os órgãos que estavam infectados com HIV e contaminaram seis pessoas. Cleber de Oliveira Santos, que se apresentava como biólogo, foi detido após desembarcar no Aeroporto Internacional Tom Jobim, na Zona Norte do Rio. As investigações mostram que ele teria dado aval para a liberação dos órgãos infectados para transplante.
Cleber era um dos quatro alvos de mandado de prisão em uma operação da Polícia Civil realizada na segunda-feira e foi o último a ser localizado. A defesa alega que o homem estava de férias em João Pessoa, na Paraíba, e, por isso, demorou a se entregar.
Os outros presos são um dos sócios do laboratório, Walter Vieira; o técnico Ivanildo Fernandes dos Santos; e Jacqueline Iris Bacellar de Assis, que se dizia biomédica, mas usava o registro profissional de outra pessoa. A polícia acredita que uma quebra no controle de qualidade dos testes de HIV provocou a infecção dos pacientes.
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