Onda de calor em pleno inverno deve ter 40ºC no Rio de Janeiro
Praticamente todo o país será afetado pelo calor
Uma onda de calor prevista para atuar ao menos até sábado (26) tem potencial para provocar recordes de temperatura em pleno inverno no Brasil. De acordo com a análise dos meteorologistas, o calor que o país vai enfrentar nesta 3ª semana de agosto é mais comum de ser registrado em setembro e outubro.
A partir desta terça (22), de acordo com o Climatempo, os termômetros sobem devido uma grande massa de ar quente e seco que cobre grande parte do Brasil. É verdade que o inverno de 2023 já foi marcado por altas temperaturas em algumas regiões, mas agora o destaque da previsão é que a elevação dos termômetros vai ocorrer simultaneamente em vários estados de diferentes regiões e com valores ainda mais altos. Durante os 21 primeiros dias do mês já foram observados picos de calor pelo Brasil. Em Cuiabá, no dia 10, os termômetros marcaram 40,4°C, estabelecendo o mais novo recorde de calor do ano no país, de acordo com medições feitas pelo Instituto Nacional de Meteorologia. (Inmet). A média de temperatura para a região no mês é de 34,7°C.
As regiões que mais devem sentir a elevação das temperaturas são a Sudeste e o Centro-oeste, com máximas perto ou acima de 40ºC em vários pontos. Veja abaixo:
Em São Paulo, o pico do calor deve acontecer entre quarta (23) e quinta (24), quando as máximas devem oscilar entre 32°C e 34°C.
Já o Rio Grande do Sul deve ter máximas entre 32°C e 34°C em vários pontos do estado.
No Rio de Janeiro são esperadas máximas à tarde de 36°C a 39°C em muitas cidades, especialmente perto da costa, segundo o serviço de meteorologia MetSul.
Para o Triângulo Mineiro estão previstas máximas de 37°C a 40°C durante a tarde de quarta (23).
Corredor de vento favorece o calor
Segundo a MetSul, o calor extremo é consequência da atuação de uma "corrente de jato" (ventos) em baixos níveis da atmosfera, que transportará o ar quente do Norte do país em direção ao Sul e Sudeste.
Desta vez a corrente vem do leste da região dos Andes, no Chile, enquanto normalmente ela costuma ser oriunda da Bolívia ou no Centro-Oeste do Brasil.
Com uma extensão de centenas de quilômetros, ele se forma a partir do sul da região amazônica e percorre um caminho até a Bacia do Rio da Prata, que se estende ao sul do Brasil, passando pelo Uruguai, Paraguai e Argentina. Esse transporte de ar quente é comum antes de frentes frias e ciclones.
Extremos do clima: do calorão à geada
Por outro lado, ao longo da terça (22), uma frente fria avançará em direção ao sul e leste do Rio Grande do Sul, acarretando chuvas e risco de tempestades. Enquanto isso, nas regiões oeste e noroeste, o clima permanecerá quente. A instabilidade também atingirá o leste de Santa Catarina.
Na quarta, a instabilidade climática estará concentrada no Rio Grande do Sul, com possibilidade de chuvas e temporais. Na quinta, o sistema se deslocará também para parte de Santa Catarina e do Paraná, onde haverá instabilidade localizada significativa.
Na sexta, espera-se uma quantidade substancial de chuva, com alto risco de condições climáticas severas em Santa Catarina e no Paraná. Neste período, a frente fria já terá modificado o clima, trazendo chuvas e tempestades para áreas de São Paulo e do Centro-Oeste.
À medida que a frente fria se afasta, uma massa de ar frio de origem polar, de intensidade considerável, adentrará o Sul do Brasil no final da semana.
Isso resultará em uma acentuada queda nas temperaturas, levando a mínimas bastante baixas e à possibilidade de formação de geada. Ao mesmo tempo, a frente fria continuará a afetar outras regiões, trazendo chuvas e possíveis temporais isolados para muitas áreas do Sudeste e Centro-Oeste do Brasil.
Previsão de chuva por região
De acordo com o modelo numérico do Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet), os maiores acumulados são previstos no noroeste do país e em áreas do leste do sudeste (tons de verde e amarelo no mapa).
Na maior parte do Brasil, principalmente, em áreas centrais e interior do nordeste, há previsão de predomínio de altas temperaturas, tempo seco e baixa umidade em praticamente toda a semana (tons em branco).
Norte: são previstos volumes de chuva maiores que 30 milímetros (mm) no noroeste do Amazonas. Nas demais áreas, como no Pará, Amapá e Tocantins haverá predomínio de tempo seco.
Nordeste: a previsão é de tempo seco e sem chuvas, com baixos valores de umidade relativa, principalmente, em áreas do Matopiba (Maranhão, Tocantins, Piauí e Bahia) e interior da região. Podem ocorrer baixos acumulados de chuva no litoral sul da Bahia.
Centro-Oeste: a persistência de uma massa de ar quente e seco deixará o tempo estável e sem chuvas. Poderão ser registrados baixos valores de umidade relativa do ar, com valores inferiores a 20%, principalmente entre os estados de Mato Grosso, Goiás e no Distrito Federal.
Sudeste: tempo ficará seco e sem chuvas, principalmente, em áreas do oeste de São Paulo, Triângulo Mineiro e norte de Minas Gerais. Ainda no norte de Minas, podem ser registrados baixos valores de umidade relativa do ar, inferiores a 30%. Já em áreas do Rio de Janeiro, Espírito Santo e leste de Minas Gerais, no início da semana, podem ocorrer volumes de chuva maiores que 30 mm, devido a um sistema de baixa pressão.
Sul: a atuação de uma frente fria sobre o oceano, no início da semana, intensificará áreas de instabilidade que causarão acumulados de chuva que podem ultrapassar 10 mm no Rio Grande do Sul e leste de Santa Catarina. Já no oeste da região, principalmente no Paraná, há previsão de tempo seco e sem chuvas em grande parte da semana.
*Com informações G1
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