Onda de arrombamentos e furtos assusta donos de bancas de jornais de Niterói
O número de arrombamentos e furtos a bancas de jornais de Niterói, cidade da Região Metropolitana, cresceu no último mês, de acordo com a Associação dos Proprietários de Bancas de Jornais (Abropan) do município. Segundo Antônio Ciambarella, diretor da organização, os crimes frequentemente ocorrem de madrugada quando as ruas estão vazias.
Antônio afirmou que os criminosos costumam ser pessoas em situação de rua, que fingem dormir próximo ao estabelecimento para cometer os delitos. De acordo com o diretor, o cigarro é um dos produtos mais procurados pelos suspeitos.
"Estamos sofrendo há algum tempo esses arrombamentos, que estão sendo mais visadas por pessoas em situação de rua. Na virada do ano, teve uma banca arrombada. Na segunda-feira (30), teve outra. Posso te dizer que todo dia de madrugada tem uma. Não é difícil isso não. A frequência é quase diária, não é exagero falar isso. O que eles acharem na banca para vender, conseguir seu dinheiro e comprar droga, eles levam. O foco mesmo é o cigarro", comentou.
Câmeras de segurança flagraram um homem, no dia 28 de dezembro, quebrando cadeados de uma banca com um alicate. Em outro estabelecimento, criminosos furtaram mercadorias após desmontarem parte da porta e deixaram o espaço todo bagunçado.
De acordo com Ciambarella, na maioria das vezes, o prejuízo do jornaleiro é mais com o arrombamento do que com o furto das mercadorias. O diretor explicou que os responsáveis pela banca costumam retornar para casa com o dinheiro e com o cigarro, produto mais procurado.
"Tem jornaleiro que fica de madrugada rodando as bancas dele. Muitas das vezes o prejuízo é maior com o arrombamento do que com o que levam, pois geralmente tem que trocar a porta toda. Às vezes levam R$ 500 em mercadoria e a porta é R$ 2 mil. Isso afeta na venda. Uma banca dessa fica fechada dois dias para poder consertar e ajeitar tudo. Tem casos que fazem uma bagunça tão grande, aí tem que ficar pra arrumar e repor a mercadoria que levam. Quando é arrombamento, de arrancar porta, é de dois a três dias fechada", disse.
Antônio ressaltou que já procurou a Polícia Militar para reforçar o policiamento, principalmente no Centro, mas, segundo ele, isso não teria acontecido.
"Estamos pedindo ajuda para que chegue nos órgãos responsáveis e melhore essa situação. Está difícil. Tem jornaleiro que o mês dele já foi embora antes mesmo de começar. Isso está tão normal que nem registro estamos fazendo mais porque não surte efeito algum. O pessoal já está desanimado de registrar. Está complicado. Falaram que iam aumentar o patrulhamento na área, mas nada foi feito. As coisas continuam acontecendo", completou.
Dados do Instituto de Segurança Pública (ISP) mostram que houve 54 casos de roubos a estabelecimentos comerciais até novembro de 2024 - os números de dezembro ainda não foram contabilizados. Já em todo o ano de 2023, houve 63 registros.
Procurada, a Polícia Militar informou que o comando do 12ºBPM (Niterói) está atento à questão de furtos em estabelecimentos e atua em parceria com a delegacia da área para identificação dos acusados. Segundo a PM, o batalhão atua preventivamente através da "Operação Antifurto", que consiste no direcionamento do policiamento ostensivo no período noturno e madrugada, com abordagens e revistas nos locais e horários de incidência de furtos.
A corporação ainda destacou que, na noite de Natal, policiais, em patrulhamento na Avenida Amaral Peixoto, prenderam em flagrante um homem após o arrombamento de uma banca de jornal. O criminoso foi levado para a 76ª DP (Niterói).
*Com informações O Dia
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