O Sorriso da Passista II: Cap 3 - por Paulinho Freitas
...Num dos mais elegantes, caros e belos bairros da Cidade do Rio de Janeiro, na porta de um sofisticado restaurante o recepcionista abre a porta do carro do malandro cheio de intimidade:
_ Boa noite senhora! Boa noite grande poeta! Há quanto tempo não visita nossa casa, pensei que o tivéssemos desagradado de alguma forma. Que bom o senhor estar em nosso convívio novamente! Sua mesa está reservada.
Já acomodados ele oferece o cardápio a ela que mal folheia e já pede:
_ Para começar eu queria ostras, adoro ostras!
Ele estalou os dedos com cara de tarado chamando o garçom que, parecendo conhecê-lo de longa data o cumprimenta:
_ Que honra grande poeta! Só lamento não poder atender, o metre vem pessoalmente fazê-lo.
O metre veio trazendo ostras e mais todos os tipos de frutos do mar, a passista se esbaldou, comeu de tudo e bebeu dos vinhos mais caros da carta. Tudo parecia um conto de fadas, isto foi planejado por ele para que assim parecesse.
Depois do jantar um passeio pela orla, pés na areia e na água com direito a gritinhos:
_ Ui que água fria!
O céu, a lua, o mar e as estrelas, além dos moradores do prédio em frente ao mar testemunharam aquele momento, o anúncio de que um grande grito de prazer, satisfação e vitória seria dado aos primeiros raios do amanhecer...
Entraram no carro já arfando, ele prestes a ver o céu antes de deixar a vida (se é que me entendem) e quando o malandro ia embicar o carro para entrar num luxuoso hotel a beira mar o telefone dela toca... No rádio do carro a música já era Je t’aime e o malandro já não ouvia, não sabia onde estava, para onde estava indo e o que ia fazer, totalmente fora da órbita terrestre com os olhos parecendo os de uma grande onça pintada fixados num jacaré...
Continua na próxima quarta-feira.
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Paulinho Freitas é sambista, compositor e escritor.