Para o leitor que só lê o cabeçalho e já vai criticar o título, não tenho o que fazer, mas para aquele que vai ler o primeiro parágrafo, deixo aqui uma posição. Não tenho nada contra escolas militares assim como não tenho nada contra castelos feudais. Ambos são bacanas, mas em 2019 eu gastaria energia para construir um prédio moderno ao invés de um castelo.
Começou uma espécie de tara por escolas militares por conta de um programa do Governo Federal. Não deixa de ser uma boa ideia pensar em escolas referência para algumas cidades, mas não sei se o melhor caminho é a escola militar. Essa ideia de que disciplina está conectado com ensino militar é um pouco antigo, antiquado e é um pensamento abraçado com o passado.
“Mas Romario, o resultado das escolas militares é melhor que as escolas públicas”
Lógico! Para além da Escola Militar custar três vezes mais que uma escola padrão, comparar qualquer instituição de ensino mais qualificada com a média nacional das escolas públicas não é um parâmetro justo, concorda?
Por qual motivo não fazemos um investimento público num programa de reforço escolar para dar conto do ensino médio gonçalense ir para as Universidades Públicas ou Conseguir boas bolsas nas privadas?
Por qual motivo não fazemos um investimento no Henrique Laje tentando ampliar sua área de atuação e ganhar investimentos para gerar oportunidades (mais vagas) para alunos de São Gonçalo?
Por qual motivo não pegamos escolas como o Walter Orlandini, Pandiá, Clélia Nanci ou qualquer outra e transformamos essas escolas em referências nas áreas de tecnologia, cultura, saúde?
Repito. A Escola Militar é um programa bacana, legal, mas existem outras concepções de desenvolvimento educacional que são mais eficientes e num país com pouco dinheiro, cada real precisa ser focado nas prioridades. Se tem um real e você pode investir numa escola militar ou numa escola de programação, por qual motivo não investir naquilo que o mundo inteiro faz que é o investimento no futuro?
Romario Regis é Gonçalense nascido no Mutuapira, consultor de comunicação e político. Como fundador da Agência PapaGoiaba e comunicador popular, tem procurado boas histórias sobre São Gonçalo para compartilhar com as pessoas.
