O bolsonarismo escalou e agora é bolsoterrorismo
Por Helcio Albano
O "patriota" bolsonarista George Washington (piada macabra) foi preso pela Polícia Civil do DF na véspera de Natal acusado de terrorismo e atentado contra o Estado Democrático de Direito.
Na casa dele foi encontrado um arsenal com munições, fuzil, pistolas e explosivos que seriam distribuídos a outros terroristas acampados em frente ao QG do Exército em Brasília com anuência e proteção da presidência da república, do alto comando militar e do governo local. Vamos dar nomes aos bois, certo?
O homem, do estado do Pará, que segundo o jornalista Alceu Castilho tem vasta relação com uma rede de empresas ligadas ao ramo de combustíveis, mineração e transportes na região conhecida como "arco do desmatamento" da Amazônia, tentou explodir um caminhão de querosene de aviação no aeroporto de Brasília.
A bomba, que poderia ter matado mais de 200 pessoas, de acordo com o delegado do caso, só não explodiu devido à imperícia técnica do criminoso em detoná-la de modo remoto.
O plano, segundo o próprio terrorista em depoimento à Polícia, coloca a bandidagem do PCC e CV no chinelo: "dar início ao caos" e, assim, melar a posse de Lula e criar condições para um decreto presidencial de estado de sítio que justificasse, finalmente, a tão sonhada intervenção militar golpista contra o resultado eleitoral.
Dito isso, é o seguinte: são bandidos, todos bandidos! E devem ser tratados como tal com o rigor da lei. Já deixou faz tempo de ser política pra virar uma Orcrim.
Plus
O Coringa tabajara é um verdadeiro cosplay bolsonarista e, como tal, tinha que ser CAC. Washington, pra montar o arsenal apreendido pela polícia, gastou a bagatela de R$ 160 mil. Quem banca?
Bônus
Washington esteva presente aos atos terroristas de 12 de dezembro em Brasília. O terrorista tinha convicção de que a intervenção militar iria acontecer devido à omissão da PM e dos Bombeiros no episódio que levou o terror à capital com carros e ônibus incendiados.
Bônus-Track
Milicos, bombas, atentado, terrorismo... Te lembra alguma coisa?
Sim, a explosão no Rio Centro em 1981, tramada pela linha dura militar, que vitimou um sargento e um capitão no finzinho da Ditadura. E o próprio Bolsonaro, que planejou explodir a adutora do Rio Guandu, em 1985, em protesto contra os baixos salários no Exército.
E como esquecer as estrofes de Faroeste Caboclo, da Legião Urbana, que já denunciava o jogo sujo da extrema-direita contra a esquerda e a democracia?
" Não boto bomba em banca de jornal
Nem em colégio de criança isso eu não faço não
E não protejo general de dez estrelas
Que fica atrás da mesa com o cu na mão..."
Ah, Brasil que se repete.
Espero que apenas como farsa e não como tragédia...
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Helcio Albano é jornalista e editor-chefe do Jornal Daki.