Niyara leva mulheres em situação de vulnerabilidade à universidade - por Mário Lima Jr.
Cumprindo um trabalho social valiosíssimo, no número 280 da Rua Gustavo Mayer, no Vila Três, funciona um centro de acolhimento e aprendizagem que transforma a vida de mulheres de São Gonçalo e até de outras cidades. Mulheres que perderam a esperança – depois de perderem a liberdade, em alguns casos – são acolhidas pelo Niyara e orientadas a voltar a estudar. Além da orientação, o Niyara oferece as aulas, o apoio necessário e muito mais.
Distribuição de cestas básicas, guarda-roupa solidário, biblioteca comunitária com clássicos nacionais e literatura preta, não divulgada nas escolas, cursos profissionalizantes de manicure e designer de sobrancelhas, apoio à saúde feminina, lições de cidadania e aulas preparatórias para o Exame Nacional para Certificação de Competências de Jovens e Adultos (Encceja) são algumas ações que o Niyara realiza com trinta mulheres assistidas.
Nas ações especiais para crianças, o número de famílias impactadas se aproxima de quarenta famílias e por volta de setenta crianças se divertem no espaço, onde até a diversão ensina que cada brasileiro deve ser representado e ouvido para que seus direitos e deveres sejam respeitados. Lá as crianças veem com os próprios olhos que o Papai Noel pode ser preto, como elas, e o Pantera Negra é um super-herói mais consciente, moderno e inteligente do que a maioria.
O próximo evento infantil será a Ação Sorriso de Criança, dia 22 de outubro. Ótima oportunidade para conhecer o projeto porque tudo o que ele faz é mantido através de doações. Todos os meses um esforço enorme é necessário para arrecadar as cestas básicas doadas, principal ação do centro de acolhimento. O Niyara também conta com a dedicação voluntária de profissionais de especialidades diversas, como enfermeiras e professoras.
Procure o Niyara se você precisa de ajuda, desde o mais simples aconselhamento. De acordo com as mulheres que frequentam o projeto, através dele elas realizam sonhos que jamais ousaram sonhar, como cursar Psicologia em uma universidade depois de viverem atrás das grades. Aberto a qualquer mulher, o centro está preparado para promover a dignidade daquelas que mais sofrem nas periferias. No Brasil, 63% das casas em que mulheres negras lutam pelo sustento da família estão abaixo da linha da pobreza. Para residências em que mulheres brancas são responsáveis pelo sustento familiar, o percentual é de 39% (CartaCapital).
Procure o Niyara (@niyara_acolhimento) se puder ajudar doando cestas básicas ou mesmo que sua ajuda não seja material. Conhecer esse maravilhoso centro de acolhimento e aprendizagem renova a esperança de qualquer pessoa.
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Mário Lima Jr. é escritor.