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Mãe de João Pedro desabafa após absolvição de policiais: 'Justiça nos matando mais uma vez'

O menino de 14 anos brincava em casa com amigos quando, segundo familiares, policiais chegaram atirando.

Rafaela, mãe/Foto: Reprodução
Rafaela, mãe/Foto: Reprodução

A mãe do menino João Pedro, Rafaela Matos, criticou a decisão da Justiça de absolver os PMs pela morte dele em São Gonçalo, na região metropolitana do Rio. O menino de 14 anos brincava em casa com amigos quando, segundo familiares, policiais chegaram atirando. O menino foi atingido por um disparo de fuzil pelas costas e socorrido de helicóptero, mas não resistiu.


'Não é o que esperávamos, né? A Justiça nos matando mais uma vez. E essa decisão é uma decisão absurda. São quatro anos de busca por Justiça e quatro anos de espera, onde a gente tenta sobreviver de alguma forma. E agora a gente vem com mais essa notícia, né?', contou em entrevista à CBN.



Rafaela ainda complementou que:


'É a justiça mostrando que é normal a polícia invadir uma casa e efetuar mais de 60 disparos. É a justiça mostrando que a justiça para jovem, preto, favelado é diferente se fosse um filho de um diplomata, como aconteceu há poucos dias. E é isso'.


Entenda a decisão


A Justiça absolveu sumariamente os três policiais da Coordenadoria de Recursos Especiais, a CORE, pela morte do adolescente João Pedro. O jovem de 14 anos foi baleado e morto durante uma operação conjunta da Polícia Federal e da Polícia Civil no Complexo do Salgueiro, em São Gonçalo, em maio de 2020.



João Pedro Mattos Pinto brincava em casa com amigos quando, segundo familiares, policiais chegaram atirando. O menino foi atingido por um disparo de fuzil pelas costas e socorrido de helicóptero, mas não resistiu.


Os agentes Mauro José Gonçalves, Maxwell Gomes Pereira e Fernando de Brito Meister eram réus no caso, por homicídio duplamente qualificado, por motivo torpe e fútil, e respondiam em liberdade. No entendimento da juíza Juliana Bessa Ferraz, da 4ª Vara Criminal de São Gonçalo, os policiais agiram em legítima defesa - porque teriam criminosos dentro da casa atirando contra os eles.


Na decisão, a juíza afirmou que após inúmeros disparos já na área externa da casa, houve uma pausa, momento em traficantes teriam jogado um artefato explosivo artesanal na direção dos policiais.



A juíza diz que sob esse panorama, a fim de repelir injusta agressão, os policiais atiraram contra o suspeito que teoricamente se movimentava em direção ao interior da residência.

João Pedro brincava em casa, no dia 18 de maio de 2020, quando começou uma operação conjunta das polícias Civil e Federal.


Durante a investigação, foi constatado que o disparo que atingiu João Pedro partiu de um policial civil. A casa do tio dele, onde ele brincava com outras crianças, ficou com mais de 70 marcas de tiros.


Numa audiência de instrução de julgamento, ocorrida em 2022, uma testemunha afirmou que não se lembrava da presença de traficantes armados perto da residência onde o adolescente estava. A versão confrontou o que diziam os policiais civil e federais: eles afirmaram que criminosos do Complexo do Salgueiro pularam o muro da casa.



Parentes de João Pedro também afirmaram que os policiais chegaram à residência atirando e que a cena do crime foi alterada para dar a impressão de que ocorrera um confronto com traficantes.


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