Morte de médica militar nos obriga a repensar PM
Por Helcio Albano
A médica geriatra, capitã de Guerra e Mar, Gisele Mendes de Souza e Mello, baleada na cabeça nas dependências do hospital Marcilio Dias nesta terça (10), não resistiu aos ferimentos e morreu. Ela foi mais uma vítima da nossa estupidez cotidiana que segue o mesmo roteiro há décadas: incursão e confronto da PM em favelas com a bandidagem armada ali instalada.
A morte da militar da Marinha - nas circunstâncias em que aconteceu - gerou comoção e nos faz retomar velhos debates e culpados que não nos leva a lugar algum porque não se chega ao ponto nevrálgico da coisa: deve-se desmontar o que tragicamente foi criado na ditadura, a Polícia tal qual a conhecemos, que precisa ser desmilitarizada pra, finalmente, se submeter integralmente ao poder civil e à ordem republicana.
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A ditadura acabou, mas seus aparelhos de repressão - agora imersos em promiscuidade com facções criminosas - continuam intactos e à espreita. Ainda obedientes à doutrina de combate ao inimigo interno que continua sendo o mesmo, desde a escravidão e a Guerra Fria.
E "baixas" como as de Gisele são logo absorvidas pra não colocar em risco o SISTEMA, que se retroalimenta do medo permanente que elege a mesma turma de sempre. Sobretudo no RJ, que tem logrado sucesso em espalhar seu modelo de necropolítica pra todo o país. Sem exceção. Vide o caso paulista e o baiano.
Conheço bem o Marcilio Dias. Fui dependente da Marinha e usei muito o hospital, de ponta, até metade dos anos 1990. O morro do Lins que o cerca era arborizado e tranquilo. Não é mais.
Que tragédia.
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Helcio Albano é jornalista e editor-chefe do Jornal Daki.