Morre Francisco Dornelles, ex-governador do Rio
- Jornal Daki
- 23 de ago. de 2023
- 3 min de leitura
Ele estava internado desde maio no Hospital Pró-Cardíaco na Zona Sul do Rio

O ex-governador do Rio, Francisco Dornelles, morreu aos 88 anos, nesta quarta (23). Ele estava internado desde maio no Hospital Pró-Cardíaco, em Botafogo, na Zona Sul. Ele era presidente de honra do Partido Progressistas (PP), além de ter sido ministro da Fazenda, senador e deputado federal.
Dornelles viveu a política por anos, inclusive dentro de sua família. O ex-governador é primo de segundo grau do ex-presidente Getúlio Vargas e sobrinho dos ex-presidentes Tancredo Neves e Castelo Branco. Ele também é primo de segundo grau, por parte de mãe, do deputado federal Aécio Neves.
Nascido em Belo Horizonte, Minas Gerais, em 1935, Dornelles era bacharel em Direito pela Universidade do Brasil, atual Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ). O político se especializou em finanças públicas e tributação em universidades do exterior como Nancy, na França, e Harvard, nos Estados Unidos. Ele também era mestre e doutor em Direito Público pela UFRJ.
Dornelles desempenhou diversos cargos e funções no serviço público e governo, tornando-se secretário da Receita Federal em 1979, cargo em que permaneceu por seis anos, quando passou a Ministro da Fazenda em 1985, para uma breve gestão devido ao falecimento do presidente Tancredo Neves, que o designara para a pasta. Foi sob sua administração na Receita Federal que foi criado o símbolo do leão como imagem representativa do Imposto de Renda e da Instituição.
Mais tarde, seria ainda Ministro do Trabalho e Ministro do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior no Governo de Fernando Henrique Cardoso. Ele ainda exerceu mandatos de deputado federal, senador e vice-governador do Rio de Janeiro, chegando assumir a liderança do estado em mais de uma oportunidade.
Chefe do Governo do Rio
Dornelles, que foi eleito vice-governador do estado, assumiu o cargo de governador do Rio pela primeira vez em março de 2016. Ele ficou na liderança do governo porque Luiz Fernando Pezão precisou ser afastado para tratar de um câncer.
Neste período que ficou à frente da administração, o político decretou o Estado de Calamidade Pública a 49 dias das Olímpiadas do Rio. Na época, ele declarou que a crise financeira era a mais grave já vista por ele na contas públicas do estado.
Em 2018, Dornelles voltou a assumir o cargo de governador por 32 dias quando Pezão foi preso por causa da Operação Lava-Jato. Foi ele quem passou o cargo para Wilson Witzel.
Minuto de silêncio na Alerj
Deputados estaduais realizaram um minuto de silêncio durante sessão plenária, na tarde desta quarta (23), na Alerj como forma de homenagem ao político. Os parlamentares foram comunicados da morte do político ainda em plenário.
Integrante do partido de Dornelles e muito próximo a ele, o deputado Dionísio Lins (PP) se mostrou bastante consternado: "Eu rogo a Deus para que o receba e possa olhar por nós neste país. Dornelles foi um belo procurador federal que deu uma aula e uma lição e espero eu poder continuar aqui, no Legislativo ou onde estiver, defendendo e honrando a liderança dele".
A deputada Tia Ju (REP) também destacou a trajetória de Dornelles. “Seguem nossos profundos sentimentos à família do amado e nobre Francisco Dornelles, pessoa pública que deixou muita lição”, disse.
Um dos mais antigos parlamentares da Casa, Luiz Paulo (PSD) comentou que é difícil pensar a política do Estado do Rio de Janeiro sem a presença deste grande político. “O Francisco Dornelles foi um estadista. Um homem profundamente cortês, de uma fidalguia muito grande, incapaz de levantar a palavra, um mediador de conflitos e que conhecia os 92 municípios deste estado”, definiu.
A deputada Martha Rocha (PDT) disse que Dornelles fará falta no cenário da política. “Ele vai deixar muita saudade, mas também importantes ensinamentos com sua conduta e seu jeito muito próprios de conduzir a política”, observou.
*Com informações O Dia
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