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MG: Veterinários suspeitos de retirar sangue de animais para vender e congelar pets mortos viram réus

Eles vão responder por crimes como estelionato, maus-tratos e poluição ambiental

Reprodução TV
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A Justiça de Minas Gerais tornou réus os médicos veterinários Marcelo Simões Dayrell e Francielle Fernanda Quirino dos Santos, da clínica Animed, em Nova Lima, na Região Metropolitana de Belo Horizonte, após receber, nesta terça-feira (9), a denúncia do Ministério Público de Minas Gerais (MPMG) contra o casal e outras 10 pessoas. As informações ão do G1 Minas.


Segundo o MPMG, os investigados retiravam sangue de animais levados para banho e tosa para vender, prescreviam medicamentos desnecessários e davam diagnósticos falsos para justificar internações. Além disso, eles são suspeitos de congelar animais mortos e não avisar os donos sobre o óbito para continuar a cobrar pelo atendimento veterinário.


Marcelo Simões e Francielle Fernanda, que eram sócios da clínica, viraram réus por crimes como estelionato, maus-tratos, poluição ambiental, exercício ilegal da arte farmacêutica e organização criminosa.

Os dois já chegaram a ser presos, mas atualmente estão em liberdade. A situação dos dois consta como ativa no Conselho Federal de Medicina Veterinária (CFMV).


Os outros denunciados – dois gerentes, o advogado da empresa e sete médicos veterinários – também vão responder por estelionato, maus-tratos e outros crimes.


Veja as irregularidades praticadas pelos denunciados, segundo a denúncia do MPMG:


  • Retirada de sangue de animais levados para banho e tosa, sem autorização dos tutores, com objetivo de venda;

  • Postergação de comunicação ao tutor sobre a morte do animal nas dependências da clínica para estender o período de internação;

  • Simulação de procedimentos em animais já mortos;

  • Prescrição de medicamentos desnecessários;

  • Utilização de remédios proibidos, vencidos e com embalagem adulterada;

  • Descarte irregular de lixo infectante para economizar com a coleta própria;

  • Realização de procedimento cirúrgico sem a autorização do tutor;

  • Ocultação de erros cometidos em cirurgias;

  • Congelamento de animal morto e posterior descongelamento para simular que o animal acabara de morrer;

  • Diagnósticos falsos para justificar internações e tratamentos desnecessários.

A juíza Anna Paula Vianna Franco, da 1ª Vara Criminal e da Infância e Juventude da Comarca de Nova Lima, determinou que os réus sejam citados pessoalmente para responder à acusação e apresentar defesa.



O que dizem os veterinários


Em nota, a defesa de Marcelo Dayrell e Francielle Quirino afirmou que “os veterinários são vítimas de uma série de denúncias falsas, disseminadas com intuitos escusos”.


“A Animed Hospital Veterinário sempre seguiu rigorosamente todos os preceitos éticos e pauta sua atuação pelo bem-estar animal. […] Marcelo e Francielle reafirmam nunca terem praticado qualquer ato de maus tratos contra os animais. Pelo contrário, sempre foram reconhecidos por abrigar cães de ruas, fazer feiras de doações, etc”.


Em relação ao congelamento de animais, a defesa disse que “esse é o procedimento padrão exigido pela vigilância sanitária e utilizado para evitar a decomposição do cadáver do animal, até que seja dada a devida destinação final que o tutor deseja”.


“Tal prática é corriqueira em todos os hospitais veterinários e até mesmo humanos. Ademais, conforme nota emitida pelo Conselho de Medicina Veterinária, não existe qualquer substância que injetada no cadáver pudesse retorná-lo a um estado de morte mais recente, pois nele sequer há circulação sanguínea”.


A defesa afirmou, ainda, que, em novembro de 2020, “o Tribunal de Justiça do Estado de Minas Gerais, ao analisar recurso defensivo, autorizou que os veterinários voltassem a exercer a profissão”.


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