M16, HKM27, M400... não importa: todos miram Djalma
Por Helcio Albano
No início de 2019, 117 fuzis M16 e HK M27 foram apreendidos no Méier. As armas com alto poder letal, usadas apenas em guerras, estavam numa casa ligada ao assassino confesso de Marielle Franco, Bruno Lessa, então morador do afamado condomínio Vivendas da Barra.
Após investigação, a Polícia Civil chegou a Lessa, que saiu escoltado, ileso, sob custódia do Estado pela porta da frente do condomínio de outro morador ilustre, depois de ouvir de um agente os seus direitos enquanto detido. O sucesso da operação deveu-se a uma ação de inteligência da polícia.
Nesta semana, o governador Cláudio Castro (PL), cosplay de miliciano, agradeceu ao senador Flávio Bolsonaro ter destinado R$ 3 milhões em emenda que permitiram a compra de 500 fuzis M400 da empresa Sig Sauer, ligada à família do parlamentar, numa licitação que está sob suspeita no TCE.
Na quarta (12), o menino Djalma de Azevedo Clemente morreu, de mão dada à mãe, ao levar um tiro de fuzil após sair do condomínio onde morava, em Inoã, para ir às escola. Muito provavelmente o projétil tenha saído de um HK417, usado pelo 12º Batalhão, que em breve terá o reforço dos M400 pra ceifar a vida de outros Djalmas. Já são 5 crianças mortas no Rio só este ano.
Deve ser muito difícil pro Castro dizer pra polícia parar de matar. Talvez porque a vida dos Djalmas não valham nada mesmo. Inteligência pra pobre, preto? Nada! Só força bruta! Pois a dinâmica social da ralé tem na polícia a mantenedora desse estado de coisas que possibilita os negócios que só a violência traz.
E, assim, a morte sorri.
Siga @helcioalbano
Baixe o 2º Volume do livro Reflexões de proa, de Helcio Albano. Abaixo:
Entre no nosso grupo de WhatsApp AQUI.
Entre no nosso canal do Telegram AQUI.
Ajude a fortalecer nosso jornalismo independente contribuindo com a campanha 'Sou Daki e Apoio' de financiamento coletivo do Jornal Daki. Clique AQUI e contribua.
Helcio Albano é jornalista e editor-chefe do Jornal Daki.