Lindo, emocionante e inusitado acontecimento no ensaio da Porto da Pedra

há 4 dias

Marques de Sapucaí é para os fortes

Tenho uma tese que todos e todas deviam desfilar, no mínimo, uma vez na vida. Defender um pavilhão, uma comunidade e seus ideais.

Diferentemente com os interesses de pessoas que vão para a avenida com o intuito de filmar com celular ou acenar para a plateia, há pessoas que veem na Escola de Samba ou Bloco uma representação legal da sua imagem, de uma coletividade ou dos seus antepassados – a ancestralidade.

Ressalta-se que o Bairro do Paraíso, em São Gonçalo, já teve um dos melhores carnavais do Estado, isso contado pelos Baluartes Lambreta e do saudoso Moacyr MM.

Porto da Pedra sempre transpirou cultura, desde as antigas festas juninas, ao teatro, futebol de várzea e o famoso “Beco do Urubu”.

A Agremiação Porto da Pedra foi fundada no dia 08 de março de 1978, uma data duplamente significante e importante, história que passou de dissertação de Mestrado a livro. Já nasceu com a insígnia de “Paixão e Orgulho”

A Galeria da Velha Guarda tem nos seus pilares a função de resguardar a bandeira e seus preceitos. A bandeira é o símbolo maior de uma Agremiação.

O Baluarte e multicampeão Heraldo Farias sempre conta que o Mestre Sala era escolhido para defender a bandeira. Era o maior dançarino e altamente prestigiado por todos e assim permanece até nossos dias.

Os Griots das Agremiações, por exemplo, a Porto da Pedra, que estão em diversos segmentos da Escola de Samba, utilizam a oralidade para repassar e perpetuar seus conhecimentos, mas também na forma escrita e visualizada. Preservam a Cultura e disseminam conhecimento.

No ocidente o conhecimento é repassado através de livros, artigos, jornais, da coisa física, enquanto no Oriente, também na Mãe-África, esse mesmo conhecimento é repassado através da fala, da oralidade, da poesia, das músicas, das palestras, de geração para geração, pelos antigos e assim conhecedores das matérias: Os Griots.

Já a Porta-bandeira tem a responsabilidade de levar o símbolo maior de uma Comunidade em suas mãos. Nunca pode ser desrespeitada e tocada somente por quem é expressamente autorizado.

Homenageados sejam o Casal de Mestre Sala e Porta Bandeira da GRES Unidos do Porto da Pedra: Pietra Brum e Rodrigo França.

No último dia 02 de fevereiro, Dia de Iemanjá, também foi realizado na Marques de Sapucaí o ensaio da Porto da Pedra e fato inusitado aconteceu. No meio da evolução da Porta Bandeira o mastro da mesma veio simplesmente a quebrar.

Ela, Pietra, não deixou a bandeira cair. Fez do seu braço o mastro forte. Mostrou na avenida a força de uma jovem menina de dezesseis anos. Cena emocionante.

Nos momentos inusitados e difíceis que nascem os grandes e a Pietra e o Rodrigo agigantaram. Mostraram a força do Tigre. Apresentaram à Sapucaí e ao mundo a “Paixão e Orgulho de São Gonçalo”.

Vejam no vídeo entre os minutos 03:32 e 04:10 o acontecido e a reação do Casal e do público.

O caso da Pietra já foi reconhecido pela imprensa nacional e para tanto poderemos ler a matéria da Revista Veja Rio, datada de 03 de fevereiro de 2025, que tem como chamada: “A elegância e a força de Pietra Brum diante de um desafio inédito”.

O link da matéria é https://vejario.abril.com.br/coluna/bruno-chateaubriand/o-protagonismo-da-porta-bandeira-nas-escolas-de-samba/

No ensaio de 06 de fevereiro de 2025, na quadra do Porto da Pedra, o casal de Mestre Sala e Porta Bandeiro foi convidado a comparecer ao palco pelo Mestre de Cerimônia Palito e então todas as homenagens se fizeram aos merecedores.

Que o Mundo do Samba, na oralidade dos Griots ou nos versos e prosas daqueles Poetas que são Patrimônios Imateriais, reconheça-os, Pietra Brum e Rodrigo França, eternizando o fato.

Assim seja!

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