LGBTI+ & Cultura na cena gonçalense
Por Félix Lino
Muito se engana quem pensa que o movimento LGBTI+ é só um segmento, também é cultura.
Por trás de todo esse glamour, alegria, bares e concentração de pessoas de diversos gêneros e sexualidades, nada mais há do que a luta pelo direito de existir.
Fazendo uma reflexão histórica rápida, podemos ver que até mesmo a revolta de Stonewall em 1964 foi por inúmeros ataques sofrido pelos frequentadores do local contra a opressão policial em relação àquelas pessoas que só queriam se divertir e ficar em paz com suas vontades oprimidas na época, por uma sociedade machista culturalmente falando.
Aqui no Brasil, muitos locais já eram frequentados por pessoas LGBTI+ e héteros que eram "simpatizantes" da causa.
Em São Gonçalo não era diferente visto que muitas pessoas se reuniam em locais públicos e sofriam essas opressões na pele.
Até que sugiram pessoas que pensaram em ofertar um espaço confortável para essa galera se divertir, como Eneilson de Almeida, que tem desde 1980 até hoje, o espaço chamado de Ponto de Encontro (P.E) localizado na Zé Garoto, ponto central da cidade, que inclusive na minha opinião deveria ser tombado patrimônio cultural material da cidade por conta da sua importância e valor histórico. Eneilson também faz aniversário este mês, deixo aqui registrado nosso abraço fraterno e desejo de felicidades.
Já tivemos outros espaços, boates para ser mais exato, como a antiga New Frenzy que era no Mútua na Rua Dezoito do Forte com o antigo dono "Léo" e depois com a reabertura como Infinity, com o "Gleyson" nos anos 2000.
Nesses locais, tínhamos as nossas reinvindicações "travestidos" de cultura, através da arte drag, as bate-cabelo, dublagem, performance, desfiles de miss e misters, como Nani People, Vera Verão (Jorge Lafond), Miss Bía, e em São Gonçalo Babalu Vendramini, Angelika Rawaxi, Ingrid H, e tantas outras.
E claro, sem deixar de citar, pois é muito importante no cenário da cultura Lgbti+, as famosas "sapatas" com voz e violão e diga-se de passagem das quais temos muitos exemplos de orgulho no Brasil afora como, Ana Carolina e Cássia Eller e em São Gonçalo Jolly Ribeiro, Rafaela Bê, entre outras.
Porém a cultura LGBTI+ não para só por aí, já que temos artistas em todos os segmentos, tendo como exemplos os dançarinos "As Caricatas", interpretados por Roberto Christovam e Edson Matos, inclusive o Edson agora é DJ Pimenta; artistas plásticos como a Jô Grassini, autora das peças em exposição lá no Campo São Bento (Niterói) em homenagem ao humorista Paulo Gustavo; audiovisuais como os produtores Alberto Sena e Marcos Moura, do coletivo Ponte Cultural; cultura urbana como a DJ Kora (Hip Hop); literatura como a escritora Ana Paula Nascimento; economia criativa como Cleise Campos, com seu teatro de bonecos; e temos também a primeira atriz a estrelar em uma novela global, a mulher trans que é de São Gonçalo, a Gabriela Loran e tantas outras...
Com isso posso com certeza afirmar que não é só cultura lúdica, é uma cultura de enfrentamento, luta, dedicação e muito trabalho para existir resistindo sempre!
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Félix Lino é presidente do grupo Liberdade Santa Diversidade em defesa dos direitos humanos.