Já deu! É hora de reestatizar a Cerj
Por Helcio Albano
Quando a Cerj foi privatizada, em 1997, foi oferecido ao consumidor de energia elétrica do leste fluminense o paraíso. A então concessionária chilena Ampla prometeu o melhor dos mundos com muito investimento em gestão, eficiência, modernização das subestações, aterramento da fiação e, a cereja do bolo, barateamento da conta de luz.
Essa lorota neoliberal de sempre que você ficou acostumado a ouvir da boca do Willian Bonner no Jornal Nacional quando a privataria abutre vai pra cima do patrimônio público.
Das promessas, sim, a de gestão saiu do papel pela má e velha lógica capitalista: maximização a qualquer custo do lucro, em cima de demissões em massa e recontratação via pejotização pela 1/2 e até 1/3 do salário. Modernização? Claro! Nas formas de medição e cobrança que passaram a ser impessoais e remotas, com a bem-vinda complacência da Aneel.
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Quase trinta anos depois, já com a italiana Enel no lugar da Ampla, a modernização parou por aí. E pagamos caro por isso.
Os dois últimos apagões na região (espaçados em exatamente um ano) ocorrem justamente pela negligência da concessionária privatizada que não investiu um centavo na modernização na sua estrutura de distribuição de energia. Em 2023, o caos foi estabelecido por causa das árvores que caíram na fiação aérea. Motivo principal: falta de aterramento da rede.
O apagão de agora se deu por causa de um incêndio na subestação Alcântara, que conta com a mesma sucata de quando foi para a mão eficiente (sqn) da iniciativa privada.
Hora de reestatizar a Cerj.
E sem delongas.
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Helcio Albano é jornalista e editor-chefe do Jornal Daki.