Juntos somos mais
Por Sirley Teresa dos Reis
A reforma do Ensino Médio não satisfaz as necessidades de educação da classe trabalhadora. Porque transforma o direito à educação pública de qualidade em acesso a matrícula em escolas públicas.
As taxas de Infrequência, reprovação e evasão demonstram a falência de um projeto desenhado para punir os pobres, para reduzir o número de disciplinas básicas e incluir no "cardápio" — como se estivéssemos em um botequim, atividades tais como "fazer sabão", "horta". Para Chauí, não temos classes, temos os ricos e os (as) trabalhadores (as). Você acha que a Reforma do Ensino Médio foi feita para beneficiar qual grupo?
Você conhece algum colégio t'de rico" ou 'ide classe média" que tenha uma disciplina voltada a "fazer sabão"? Nos institutos federais e nos colégios de aplicação das universidades, que recebem poucos e seletos alunos, ensinar a "fazer horta" é uma disciplina que dura o ano inteiro? São estas as Unidades de Ensino de excelência, com laboratórios, equipamentos modernos, professores bem pagos, de dedicação exclusiva, que possuem tempo destinado ao planejamento e a formação continuada. Saem destes colégios os alunos com as melhores notas nos vestibulares que ocupam as vagas nas universidades mais disputadas o país. Quem sustenta esse ciclo virtuoso? Aqueles que pagam impostos na caixa do supermercado, na fila do ônibus, no posto de gasolina. Aqueles que esperam meses por uma consulta médica, que morrem em inundações e desmoronamentos de casas.
Nos colégios onde se matriculam (e pouco permanecem) os filhos da classe trabalhadora, não existem recursos tecnológicos para que os alunos possam realizar estudos e pesquisas; os professores, obrigados a terem mais de 10 turmas, deslocam-se de uma escola para outra sem alimentarem-se direito, sem descanso, sem solidariedade. São desrespeitados em suas competências, quando passam a ministrar aulas de "disciplinas" inventadas por quem entende de empresas, de compra e venda de mercadorias e impõe essa lógica de mercado ao ambiente educacional.
Portanto, diga não! Não aceite calado a imposição de um modelo perverso de ensino que coloca a mente da nova geração em uma guilhotina. Encontros, seminários estão acontecendo em todo o país. Opine, Abaixo seguem alguns links. Dedique um pouco do seu tempo a esse tema. O futuro de seu (sua) filho (a) está em jogo. Entre em campo e participe desta luta.
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Sirley Teresa dos Reis é Psicóloga, Assistente Social, Mestranda UFF e membra do Coletivo ELA – Educação Liberdade para Aprender e colaboradora da Coluna "Daki da Educação", publicada às sextas.