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Jovem artista dribla as barreiras do autismo e expõe suas obras no Centro Cultural de SG


Foto: Divulgação

O jovem artista Daniel Pinheiro de Azevedo dos Reis, de 26 anos, morador do Jardim Catarina, em São Gonçalo, inaugurou, nesta quinta-feira (1º), a exibição de seu trabalho no Centro Cultural George Savalla Gomes, localizado na Câmara Municipal da cidade. A exposição está vinculada ao tema "Do surgimento do papel às possibilidades da papelaria criativa" e conta com a participação da também expositora Elaine Teles.


Daniel foi diagnosticado com o Espectro Autista aos 4 anos e, desde então, vem realizando tratamento no CAPS, onde continua seu desenvolvimento.



"Descobri o autismo do Daniel quando ele tinha 4 anos de idade, e desde então iniciamos o tratamento dele no CAPS, de onde nunca mais saiu. Ele sempre foi uma criança mais calada, um autista não verbal, mas durante o tratamento vimos muita evolução. Ele sempre foi um menino muito inteligente, independente e apaixonado por ônibus. Em um determinado momento, começou a transferir para os cadernos tudo o que gostava, cada detalhe que via nos veículos, que para a gente pode até passar despercebido", contou Katty Pinheiro de Azevedo, de 45 anos, mãe de Daniel.


O jovem artista sempre demonstrou que seu talento e criatividade eram maiores do que qualquer preconceito, mesmo tendo sido vítima de bullying, principalmente durante a época da escola.



"Para muitos, o sentido da vida é ser milionário e ter bens materiais. Para o Daniel, essa é a mega-sena, a loteria, porque ele está expondo tudo o que fez a vida toda, usando a voz que não teve. Muitas vezes, nós, autistas e mães de autistas, não temos voz, e o Daniel está sendo essa voz, representando tantos outros autistas que têm inteligência e não receberam oportunidades para despertar seus dons. Ele está mostrando, através do trabalho dele, tudo o que gosta. O Daniel pega um isopor, tinta, argila e até mesmo um papelão, e os olhos dele já brilham. Uma vez até pediu de presente de Natal que o avô o levasse à papelaria, e até hoje é assim, essa paixão pela arte", explicou Katty, que fez questão de prestigiar o filho no primeiro dia da exposição.


Para a curadora da exposição, Marina Martins, esse acolhimento é fundamental para que jovens como Daniel possam expressar seus dons artísticos, muitas vezes reprimidos pela falta de oportunidades.


"Soube que esse jovem queria muito mostrar o trabalho dele e achamos muito interessante fazer uma exposição sobre o Daniel. Ele foi até lá, nos mostrou seu trabalho e, no dia de ontem, abrimos essa exposição. Ele está extasiado com a exposição, que era o maior sonho da vida dele. Enquanto algumas pessoas acabam se afastando do autismo, o Centro Cultural acolheu, e a inclusão social é extremamente importante para nós", afirmou Marina.



*Com informações OSG

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