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Jogando meu corpo no mundo! Por Karla Amaral


Ilustração: Aline Midani
Ilustração: Aline Midani

Com inspiração desse trecho da música incrível dos Novos Baianos. Vamos refletir sobre o peso que o corpo feminino carrega? Ao longo da história a subjetividade feminina é transformada através de aspectos culturais, econômicos e sociopolíticos. O corpo da mulher e sua subjetividade revelam informações da própria sociedade e suas relações patriarcais.


O peso de gestar uma vida.


Esse é um peso de reprodução da vida. Que vincula a criação, ao cuidado, a constituição de um ser humano produtivo. Esse corpo que gesta, às vezes, é tão romantizado e pouco (pouquíssimo) amparado. Afinal, mulher deveria ganhar menos porque engravida. Ampliar creches para quê?


O peso do papel social do seu corpo.


Esse é um peso que historicamente vincula o corpo da mulher com seu papel na sociedade. Na família patriarcal de herança portuguesa (no Brasil colônia) a mulher assumia um lugar insignificante e de total obediência ao patriarca. Esse é um corpo pertencente. Que não pertence a ela. Pertence a ele. Ficou só no Brasil colônia?


O peso do corpo moldado.


Atualmente o corpo feminino serve aos interesses do consumo e do lucro. E este corpo passou a ser usado pela indústria cultural/midiática. Quem nunca desejou ter um corpo daquelas mulheres estampado na revista ou vinculado na TV? Existe um ideal de mulher. Um corpo moldado pela sensualidade e beleza.


Diante destes destaques sobre o peso do corpo da mulher ao longo da história podemos perceber e analisar de forma breve como a subjetividade feminina é moldada na sociedade brasileira. Os resquícios da sociedade preponderantemente patriarcal do Brasil colônia permanece na atualidade quando por muitas vezes, por interferência religiosa, se dita regras sobre o certo e o errado e a obediência a padrões e valores que se voltam para o corpo da mulher.


A mulher deve ser bela e virgem para muitos, a estável e profissional para alguns, a sensual e provocante para outros. E o que ela quer ser para ela mesma?


O corpo feminino está impregnado de subjetividade e é moldado ao longo dos anos na sociedade. Apesar disso tudo, eu acredito que hoje a dona deste corpo pode, ela mesma, jogar o corpo no mundo e mostrar como é, sendo como pode.


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Ilustrações: Aline Adami - Acesse: https://www.behance.net/lineilustra. Colaboração do editor.

Karla Amaral é psicóloga e escreve para o Daki aos domingos.





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